
Chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, recebe em audiência o Presidente da TotalEnergies, Patrick Pouyané
Kigali, 17 Mai (AIM) – O Presidente da companhia petrolífera francesa TotalEnergies, Patrick Pouyané, garante que está para breve a retoma do projecto de gás natural na base logística de Afunji, distrito de Palma, em Cabo Delgado, depois de interrupção por questões de segurança.
Sem avançar datas, revelou que decorrem negociações com todas as instituições de crédito interessadas na reestruturação dos acordos de financiamento com vista a alcançar um entendimento sobre investimentos, o que poderá suceder em breve, tendo em conta que os trabalhos nesse sentido estão num bom caminho.
Pouyané anunciou o facto hoje (17), em Kigali, capital ruandesa, a saída de um encontro que manteve com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, a margem do Africa CEO Forum, um evento de busca de investimento para o sector público-privado.
“Com o Presidente Nyusi tivemos uma boa discussão sobre as condições para a retoma do projecto em Cabo Delgado. Acredito que nós progredimos muito e positivamente com todos os contratos. Então, a partir deste ponto, estamos prontos para retoma”, garantiu o timoneiro máximo da multinacional TotalEnergies.
Referiu que no encontro com o estadista moçambicano também abordaram aspectos sobre segurança em Cabo Delgado e especificamente nas regiões onde ocorre o projecto, tendo concluído que a situação está sob controlo, igualmente salientado que a TotalEnergies actualmente está a desenvolver actividades em Palma em preparação do seu regresso.
“O que nós pensamos é que a situação no norte de Cabo Delgado está bem sob controlo. A vida na Palma retomou a normalidade. É claro que estamos um pouco preocupados com o que aconteceu no sul de Cabo Delgado. Houve alguns acidentes em Macomia recentemente. Então, o Presidente explicou-me qual foi o problema”, disse Pouyané.
Por isso, Pouyané pede calma e paciência aos moçambicanos, referindo que a decisão de investimento em projectos de grande envergadura carece de ponderação máxima, assegurando que os trabalhos com todos os intervenientes decorrem em bom ritmo.
“Devemos ir passo a passo e quando as coisas estiverem todas juntas, nós vamos comunicar sobre as datas do regresso. Estamos trabalhando nisso e é melhor trabalharmos assim. É tudo gradual”, salientou.
O projecto foi suspenso em 2021 pela petrolífera francesa TotalEnergies, após um ataque à vizinha vila de Palma, na sequência de ataques terroristas que afectam Cabo Delgado desde Outubro de 2017.
O projecto é o maior investimento privado em África, orçado em mais 20 bilhões de dólares norte-americano, numa infra-estrutura que inclui linhas de captação de gás a grande profundidade, liquefacção e cais de exportação para cargueiros especiais, na Bacia do Rovuma, 40 quilómetros ao largo da costa.
(AIM)
PC/sg