
Secretária Geral da Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM), Sheila Chuquela
Maputo, 27 Mai (AIM) – A Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM) decidiu prorrogar a greve, a escala nacional, por um período adicional de 30 dias devido a falta de consenso entre a agremiação e o governo moçambicano, em relação ao seu caderno reivindicativo.
A APSUSM justifica a greve a falta de luvas, combustível para ambulâncias, medicamentos, alimentação adequada, remuneração inadequada entre outros.
A informação foi partilhada em conferência de Imprensa havida na manhã de hoje (27) na cidade de Maputo, pela Secretária Geral da APSUSM, Sheila Chuquela.
“Volvidos os 30 dias de greve, anunciamos a prorrogação da mesma por mais 30 dias até que o Governo interiorize e compreenda o valor de uma vida”, disse.
A associação questiona igualmente a autenticidade da existência de medicamentos no país conforme avançado pelo governo, o que contrapõe o que a APSUM terá previamente anunciado.
“Estupefacto, temos acompanhado o Governo através da media que afirma haverem medicamentos nos armazéns, contudo não explica por que razão estes medicamentos não estão disponíveis nas farmácias dos hospitais”, disse a fonte.
“Ora, nós sempre afirmamos que não existiam medicamentos essenciais para as doenças comummente tratadas em Moçambique nas farmácias de todas as unidades sanitárias do país”, acrescentou.
Questiona ainda porque os medicamentos estão em depósitos e não nas farmácias dos hospitais.
“Estas atitudes deixam-nos inseguros quanto à vontade do Governo em resolver as questões já por si sobejamente conhecidas e dão-nos certezas de que não devemos recuar sem que efectivamente o Governo escreva na pedra que vai disponibilizar material médico-cirúrgico e melhorar as condições de trabalho das nossas unidades sanitárias”, sentenciou.
Sobre as mortes que a greve possa estar a causar a APSUM disse que “falar de mortes não é um dado que nos agrade mas o que eu posso assegurar é que infelizmente são muitas as mortes que vem acontecendo”.
O anúncio da prorrogação da greve é feito quase uma semana após a APSUM ter dito em conferência de Imprensa que cerca de 1000 pacientes terão morrido nos primeiros 21 dias da greve.
A greve dos profissionais de saúde completa no próximo dia 29 Maio, 30 dias da sua vigência, e a um de Junho próximo, vai completar um ano desde o início das reivindicações desta classe de profissionais ao Governo.
(AIM)
CC/sg