Maputo, 25 Mar (AIM – A Associação dos Profissionais de Saúde, Unidos e Solidários com Moçambique (APSUSM) anunciou hoje, em Maputo, que vai desencadear uma greve a partir do dia 28 do corrente mês pelo facto não se vislumbrar uma solução para os problemas apresentados por esta agremiação.
Segundo Presidente da Associação dos Profissionais da Saúde e Solidários de Moçambique, Anselmo Muchave, embora tenha sido estabelecido um diálogo entre a sua organização e o governo em Junho de 2023, entende que as inquietações levantadas pelos profissionais de saúde não foram levadas em consideração.
Para além do diálogo governo-APSUSM levado a cabo no ano transacto (2023), o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, já veio ao público em várias ocasiões, apelando a classe no sentido de reconsiderar a sua posição, valorizando a vida humana.
As reivindicações da classe de profissionais de saúde mantêm-se, com destaque para a melhoria dos blocos operatórios, falta de medicamentos, material médico e cirúrgico em algumas unidades hospitalares.
O comunicado de imprensa da APSUSM, indica alegada falta de equipamentos para tratar às doenças mais comuns, luvas, máscaras, seringas, agulhas, cateteres, papel para impressão de documentos hospitalares, resultados de análises laboratoriais, reagentes de laboratório, combustível nas ambulâncias, comida para doentes, roupa hospitalar para às camas, incremento de unidades sanitárias sem energia entre outros.
A organização acusa igualmente o governo de não estar preocupado com a força motriz, não apetrechamento de blocos operatórios, citando o exemplo do bloco operatório do hospital provincial da Matola, que após o incêndio registado em Outubro de 2023 não chegou a beneficiar de uma reabilitação.
Por outro lado, constam nas reivindicações sobre melhoramento das infra-estruturas o bloco operatório do homem de Chinavane.
A greve agendada para o dia 28 de Março corrente, indica ainda como principais causas, a redução do desconto imputado aos funcionários estudantes a tempo parcial de 15 para 5% do salário e a tempo inteiro de 25% para 15%.
Constam ainda como reivindicações o enquadramento previsto na tabela salarial única (TSU) de todos os profissionais de saúde dos regimes específicos e geral , aumento de subsídio de risco dos 5% previstos na TSU para 10% sendo aplicável a todo sector da saúde, pagamento do subsídio de turno e horas extras.
Sobre os últimos dois pontos a APSUSM entende que o governo envereda pela regra dividir para reinar, pagando este subsídio uns e outros não, reenquadrou na totalidade apenas um grupo de funcionários em detrimento de outros.
Refira-se que no ano transacto (2023), o governo aloucou alguns equipamentos em referência tendo encaminhado a várias unidades sanitárias do país.
(AIM)
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