Nyusi lamenta tentativas de associar terrorismo a religião

Maputo, 16 Jun (AIM) – O Chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, repudia a existencia de cidadãos que tentam associar à religião as atrocidaddes cometidas pelos terroristas no país.

Nyusi manifesta o seu repúdio na mensagem dirigida à comunidade muçulmana por ocasião do Eid Al-Ad´há que se assinala neste domingo (16).

“Lamentamos que haja aqueles que procuram, sem sucesso, associar os actos hediondos terroristas a diferenças religiosas de que o nosso país não tem memória igual”, lê-se na mensagem cuja cópia foi enviada à AIM pela Presidência da República.

“Fazemos votos para que os ensinamentos do sacrifício apreendidos no ritual da peregrinação continuem a estimular valores de união, fraternidade e solidariedade entre as famílias moçambicanas”, acrescenta o documento.

Nyusi afirma que o governo reconhece e valoriza o apoio que tem sido prestado pela comunidade muçulmana aos concidadãos que se encontram em situação de deslocados na região norte do país ou que são vítimas de outro tipo de intempéries.

 Explica que a comunidade muçulmana celebra a festa do sacrifício Eid Al-Ad´há, assim conhecida, que assinala o fim do ritual da peregrinação à Casa de Allah, na Cidade Santa de Meca, em cumprimento do Quinto Pilar da Religião Islâmica.

É no calor desta efeméride que o governo saúda todos os muçulmanos moçambicanos, dentro e fora do país e no mundo inteiro e deseja que a celebração deste Eid decorra num ambiente de amor, harmonia e concórdia nacional.  

Na sua mensagem, Nyusi explica que o Eid Al-Ad´ha liga todos os muçulmanos à Abraão, o Pai do Monoteísmo Puro e revive o seu sacrifício quando estava prestes a imolar o seu próprio filho em um acto de devoção a Deus, o Altíssimo.

É um acto carregado de simbolismo espiritual dos muçulmanos que realça a submissão incondicional ao chamamento divino.

“Por isso, a festa do sacrifício deve inspirar-nos a consentirmos mais sacrifícios em prol do bem-estar da nossa sociedade, em particular, daqueles que ainda sofrem as consequências nefastas do extremismo violento que assola a província de Cabo Delgado e mais, que necessitam de apoio”, afirma Nyusi.

Desde Outubro de 2017 que Cabo Delgado é alvo de ataques terroristas que já provocaram a morte de mais de quatro mil pessoas e forçaram mais de um milhão a procurar abrigo em zonas mais seguras e, deste modo, desencadeando uma crise humanitária.   

Nyusi conclui a sua mensagem reiterando votos de boas festas a todos os muçulmanos.

“Que Allah amplie as virtudes da peregrinação e conceda o grau mais alto de altruísmo e compaixão, para que o ritual de Hajj continue a ser uma fonte de inspiração, para uma convivência fraterna, próspera e em paz, contribuindo, desse modo, para um mundo melhor”, escreve Nyusi.

(AIM)

sg