
Sheik Suleimane Fonseca
Maputo, 16 Junho (AIM) – A comunidade islâmica manifesta a sua inquietação com alguns problemas que preocupam este grupo populacional, entre os quais os raptos e impedimento de uso de lenços de cabeça nas salas de aula.
Segundo o Sheik Suleimane Fonseca, os casos mais recentes, de menores impedidos de entrarem na sala de aula, ocorreram nas escolas baseadas no distrito municipal da Ka Tembe, cidade e província de Maputo, província de Nampula, entre outros cantos do país.
O Sheik afirma que existe uma circular do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano que permite o uso de lenço nas escolas.
“Uma vez que a indumentária islâmica é cobrir o corpo todo, a cabeça também, nós vemos umas são obrigadas ao público remover o lenço em frente das pessoas”, lamentou.
No que se refere aos raptos, pede ao governo para resolver o problema com a maior brevidade possível, pelo facto de a sua persistência estar a retrair mais investimentos. Aliás, os raptos têm a particularidade de afectar com maior incidência cidadãos de descendência asiática, a maior parte dos quais da comunidade muçulmana.
“Não vou falar que os raptos são (apenas) desafios da comunidade muçulmana, mas é verdade que os muçulmanos são os que mais sofrem mais deste problema”, disse.
“É um problema dos moçambicanos. É um problema em Moçambique, que o governo deve fazer um esforço no seu mais alto potencial e capacidade para eliminar este mal, porque está a fazer com que os nossos investidores moçambicanos, os comerciantes, abandonem o país, procurando um lugar mais seguro”, disse Fonseca.
Frisou que isso prejudica o povo moçambicano, porque muitos cidadãos acabam ficando sem emprego.
Sobre o Eid Al-Ad´ha que se assinala no mundo inteiro, Fonseca explica que “hoje, é dia que marca o fim da peregrinação à Meca, em cumprimento do quinto pilar da religião islâmica, onde os peregrinos do mundo inteiro se dirigem a Meca”.
Por seu turno, o secretário de Estado na cidade de Maputo, Vicente Joaquim, garante que o Executivo está a trabalhar para trazer soluções para os problemas arrolados.
“Reconhecemos o papel que a religião desempenha na nossa sociedade neste momento em que o nosso país atravessa vários desafios, entre eles o terrorismo, mas também outros males que enfermam a nossa sociedade, nomeadamente os raptos”, disse.
“Reconhecemos o papel que a religião desempenha na nossa sociedade, num momento que o nosso país atravessa vários desafios, entre eles o terrorismo, mas também outros males como raptos”, acrescentou.
Já, o primeiro secretário da Frelimo na cidade de Maputo, António Niquice, fez saber que o dia de hoje é histórico pois também celebrar-se o Dia da Criança Africana, Massacre de Mueda e o Dia do Metical.
“Queremos também nos solidarizar com todos os muçulmanos. Como sabem, não é só a comunidade muçulmana que tem estado a ser afectada pelo raptos, mas sentimos que uma boa parte dos nossos irmãos muçulmanos que ainda continuam até no cativeiro são afectados por estes crimes “, disse Niquice.
Destacou a importância que a comunidade muçulmana, pois desempenha um papel crucial no desenvolvimento sócio económico do país.
(AIM)
MR/sg