
Maputo, 17 Jun (AIM) – O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, exorta as populações e governos dos Estados membro da União Africana (UA) a empenharem-se nos programas de redução do risco de desastres através da conservação ambiental e restauração ecológica das áreas degradadas.
A exortação vem plasmada na mensagem do estadista moçambicano por ocasião do Dia Mundial Combate à Desertificação e à Seca, que se celebra esta segunda-feira (17) sob o lema “Nosso Legado, Nosso Futuro”,
Segundo Nyusi, a desertificação e seca são desafios globais que afectam milhões de pessoas, comprometendo a sua segurança alimentar, disponibilidade hídrica e sobrevivência da biodiversidade, sobretudo em África.
Recorda que estudos da Organização Mundial de Meteorologia indicam que 2023 foi o ano mais quente desde o período pré-industrial (1850-1900), com a África a aumentar 1,45°C de temperatura média, “o que deve preocupar a todos nós membros da UA.”
“Em 2023, ondas de calor intenso resultaram em incêndios florestais, morte de 34 pessoas, e evacuação de 1.500 pessoas na Argélia. Agora, mais de 24 milhões de pessoas na África Austral enfrentam fome, desnutrição e escassez de água devido a seca”, afirma Nyusi na sua mensagem.
Destaca que a seca e progressão da desertificação em África provocam migrações em massa devido à fome e insegurança alimentar, um cenário que pode ser revertido, “pois juntos podemos criar um legado promissor para as futuras gerações face às mudanças climáticas.”
“Neste contexto, apraz-me agradecer a todos os que realizam projectos de combate à seca e desertificação, tal como a inspiradora iniciativa da Grande Muralha Verde, na África Subsaariana que mostra que os governos e povos africanos podem investir no combate à seca e desertificação, através da restauração ecológica”, enaltece.
A iniciativa está a criar um cinturão verde de 8.000 quilómetros de comprimento e 15 de largura em mais de 20 países do deserto de Sahara, desde Dakar, a Djibuti.
Neste contexto, o presidente Nyusi, que é campeão da União Africano para a gestão e redução do risco de desastres, defende que cuidar da biodiversidade do continente permite enfrentar a crise climática e alcançar os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.
“Com a Grande Muralha Verde concluída em 2030 poderão ser criados 10 milhões de empregos”, sublinha o Chefe de Estado moçambicano, vincando que “a África que queremos, impele-nos a unir esforços por um legado e futuro comuns, mediante a Redução do Risco de Desastres e promoção da Resiliência Climática através de abordagens inovadoras.”
Nyusi termina a sua mensagem apelando para que “neste Dia Mundial de Combate à Seca e Desertificação, renovemos o nosso compromisso por um futuro inclusivo, sustentável e resiliente para gerações vindouras.”
O Dia Mundial de Combate à Desertificação e Seca coincide com o 30º aniversário da Convenção das Nações Unidas sobre o Combate à Desertificação que forma o trio das Convenções do Rio, juntamente com as de mudanças climáticas e a de biodiversidade.
(AIM)
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