
Presidente da República, Filipe Nyusi, no banquete de Estado oferecido ao seu homólogo do Timor-Leste, José Ramos-Horta
Maputo, 06 Jul (AIM) – O governo de Moçambique equaciona formas de colher a experiência na gestão do fundo petrolífero, que se assemelha ao Fundo Soberano moçambicano (FSM) aprovado em Dezembro último, pela Assembleia da República (AR) o parlamento.
O facto foi avançado pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, que falava durante o banquete de Estado que ofereceu, em Maputo, ao seu homólogo do Timor-Leste, José Ramos-Horta, que efectuo visita oficial à Moçambique.
“Moçambique quer explorar a larga experiência no que tange a implementação do fundo soberano, um dos considerados como casos de sucesso. Igualmente pretendemos colher as mesmas lições no processo de exploração de gás, a partir do momento de elaboração dos contractos, produção e comercialização”, disse.
Aprovado há 20 anos, o fundo petrolífero de Timor-Leste é baseado no fundo petrolífero utilizado na Noruega, um dos poucos modelos internacionais que funcionam devidamente, e contribuem para uma gestão sensata da riqueza petrolífera.
Em 2023, o relatório do Banco Central timorense revelou que o fundo petrolífero do país rendeu cerca de 18,2 mil milhões de dólares.
Sobre o café do Timor-Leste, Nyusi disse que a sua produção e toda a sua cadeia de valor igualmente constitui uma outra área por explorar, uma vez que se tornou o actual maior produtor mundial de café orgânico.
“Visto que Moçambique já produz café de forma assinalável em muitas regiões do nosso território. Juntos devemos trabalhar para que os valores que partilhamos sejam firmados e projectados com grande visibilidade também no campo económico”, afirmou o estadista moçambicano.
Por sua vez, Ramos-Horta destacou o facto de timorenses que actualmente ocupam e ocuparam lugares de relevo na administração estatal daquele país asiático, incluindo o antigo primeiro-ministro, Mari Alkatiri, terem estado em Moçambique, entre 2002 a 2006 e 2017 a 2018.
Antes de se tornar primeiro-ministro, Alkatiri estudou na Faculdade de Direito da Universidade Eduardo Mondlane, a mais antiga instituição de ensino superior do país.
“Vários outros estudaram Economia, estudaram Direito, estudaram Ciências Veterinárias, e eu pessoalmente, e outros todos nós envolvidos na frente diplomática timorense viajamos com passaporte moçambicano, ou passaporte diplomático moçambicano”, revelou o Presidente do Timor-Leste.
Acrescentou que uma eterna gratidão fica registada aos moçambicanos, a Frelimo, partido no poder, ao Estado moçambicano, pela inestimável e impagável solidariedade.
Revelou ainda que durante as conversações com Nyusi, no âmbito da sua visita oficial, ambos estadistas avançaram a possibilidade de abrir uma Embaixada de Moçambique em Dili, capital timorense, o que vai ser uma reciprocidade de a Embaixada de Timor-Leste ter se instalado em Maputo, desde 2002.
Moçambique poderá se tornar no quarto país da Comunidade de Países de Língua Portuguesa a estabelecer uma Embaixada no Timor-Leste.
(AIM)
Ac/mz