
Maputo, 15 Jul (AIM) – O sector das águas regista uma melhoria significativa nos serviços de abastecimento de água nas zonas rurais e urbanas, com cerca de 42 e 82 por cento respectivamente, segundo dados do relatório do Inquérito Demográfico e de Saúde (IDS)2022/2023.
Os dados foram divulgados esta segunda-feira (15), em Maputo, pela representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em Moçambique, Maria Luisa Fornara, durante a reunião de Revisão Anual Conjunta do Sector de Águas (RAC 2024).
Segundo Fornara, a cifra representa uma melhoria, embora ligeira, quando comparado aos 53 por cento, registados em 2011.
Não obstante a melhoria registada, a fonte referiu que persistem disparidades de acesso a estes serviços entre as zonas rurais, em 42 por cento e nas zonas urbanas, em cerca de 82 por cento, segundo dados do relatório do Inquérito Demográfico e de Saúde 2022/2023.
“Precisamos mobilizar mais investimentos para que mais famílias tenham acesso aos serviços de abastecimento de água”, disse.
Fornara considera os resultados acima referidos, “encorajadores”, apesar dos constrangimentos vividos, entre os quais se destacam ciclones, cheias recorrentes, cólera e insegurança na província de Cabo Delgado.
“Apesar de os resultados serem encorajadores, não são suficientes para assegurar o acesso universal dos serviços em 2030”, sublinhou.
A ocasião serviu de oportunidade também para esclarecimentos sobre o grau de saneamento urbano, tendo dito que, “tal como no abastecimento de água, as disparidades entre as zonas rurais e urbanas ainda se apresentam bastante evidentes, com 21 e 68 por cento, respectivamente”.
Para Fornara, os dados referidos são “mais animadores” devido à retoma do investimento em infra-estruturas de tratamento de águas residuais (ETAR), e lamas fecais, possibilitando a sua deposição segura sem perigar a saúde humana e contribuindo para a conservação do ambiente.
Portanto, persistem desafios consideráveis de eficiência e sustentabilidade dos sistemas de drenagem urbana.
“As populações que vivem nas zonas baixas são assoladas durante longos dias por inundações urbanas”, frisou.
Igualmente, foi notável também o progresso registado na gestão dos Recursos Hídricos, após evolução na arrecadação de recursos para avançar com a construção e reabilitação de barragens e diques.
“Os mesmos continuam muito aquém das necessidades do sector para contribuir de forma eficaz para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas que se manifestam de forma primária na escassez ou abundância do recurso água”, afirmou.
Para finalizar, recomendou a continuação da melhoria dos aspectos técnicos na construção das infra-estruturas, desde a captação ao transporte até ao consumidor, como forma de garantir a qualidade da água.
Por outro lado, disse ser importante reforçar os esforços de mobilização das comunidades para a prática de higiene e uso correcto das infra-estruturas sanitárias.
(AIM)
NL/sg