
Lançamento do InCRÓNICA 2024
Maputo, 15 Jul (AIM) – O governo moçambicano e parceiros pretendem melhorar os mecanismos de prevenção e combate das doenças cronicas não transmissíveis, uma iniciativa que visa elaborar melhores políticas.
Para o efeito, o governo lançou, hoje (15), em Maputo, o Inquérito Nacional sobre prevalência e factores de risco [do consumo de álcool, do tabaco] para as doenças crónicas [hipertensão arterial, diabetes, asma, doenças mentais] não transmissíveis em Moçambique –InCRÓNICA 2024.
“Esperamos que no final deste estudo que possamos ter informação para um desenho de estratégias de resposta a situações específicas, naturalmente, olhando para as diferentes idades que vão estar envolvidas neste estudo”, disse o Secretário Permanente do MISAU, Ivan Manhiça, momentos depois de inquirir três famílias.
Acrescentou que no fim do inquérito, com duração de dois meses, que será dirigido pelo Instituto Nacional de Saúde (INS) espera-se ter também informação suficiente para informar o desenho de políticas de saúde que possam aumentar a promoção de hábitos de vida saudável.
Segundo Manhiça, o InCrónica vai decorrer em todo o país, em distritos seleccionados, e vai abranger cerca de 5.720 indivíduos com idade compreendida entre 18 e 69 anos.
A pretensão de melhoria e desenho de estratégias de resposta a situações específicas foi igualmente sustentada pela coordenadora técnica do inquérito, Palmira Santos.
“A ideia deste inquérito é atingir a população para melhorar os mecanismos de prevenção da doença”, disse.
Sublinhou que é preciso priorizar estratégias que permitam à população, em primeiro lugar, ter conhecimento sobre quais as medidas podem a tomar para melhorar a sua qualidade de vida em termos de protecção da saúde e melhorar a capacidade do sistema de saúde em dar resposta atempada.
Questionada sobre a doenças que mais preocupam o sector da saúde, Santos respondeu “Neste momento, em Moçambique, a hipertensão, a diabetes, o cancro do colo do útero, as doenças mentais estão entre as mais prevalentes e as mais preocupantes”.
A Coordenadora técnica do InCrónica revelou que a iniciativa foi financiada pelo Alto Comissariado do Canadá num valor de 1,6 milhão de dólares americanos.
Já o representante da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tomás Valdez, disse que o papel da OMS é garantir e encorajar aos Estados-membro, enquanto secretariado técnico, a conduzirem este tipo de estudos para melhor obter dados que possam gerar evidências para que as políticas públicas feitas para o sector da saúde nos respectivos países tenham como base estas evidências.
“É claro que a OMS e os seus parceiros desenvolveram esta metodologia chamada de STEPPS e que a nível aqui de Moçambique é denominada de InCrónica, cujo objectivo na verdade é fazer este inquérito junto das populações para que se obtenham aquilo que é a real imagem sobre os factores de risco”, disse.
Sublinhou que, não obstante a existência de muitas políticas e muitas medidas que o governo, no sector da saúde, tem de estar a implementar, há necessidade de conduzir estudos constantes e regulares para compreender a evolução de factores de risco e o comportamento das famílias.
“De tempos em tempos é preciso ir à população para compreender como é que os factores de risco estão se modificando, porque a maior parte deles são evitáveis ou são modificáveis pelo comportamento das pessoas, das famílias”, disse.
(AIM)
Snn/sg