
Presidente do Comité Científico e Chefe de Departamento de Vigilância no Instituto Nacional da Saúde (INS), José Langa
Maputo, 23 Jul (AIM) – As autoridades sanitárias anunciaram esta terça-feira (23), em Maputo, que Moçambique registou 38 óbitos por cólera, que resultam de 16 mil casos confirmados no período compreendido entre Outubro último e Julho corrente.
A maioria dos casos ocorreram nas províncias de Nampula, Cabo Delgado, Niassa na região norte e Zambézia, no centro.
Segundo o presidente do Comité Científico e Chefe de Departamento de Vigilância no Instituto Nacional da Saúde (INS), José Langa, a maioria dos afectados são indivíduos com idade superior a 15 anos.
Concorreram para o elevado número de casos vários factores, incluindo desinformação, deficiência no saneamento, desigualdades de acesso de água, má higiene pessoal e colectiva entre outros.
O país tem estado a adoptar várias estratégias com destaque a implementação da educação para saúde, mensagens, tópicos de educação de protecção e prevenção nas escolas, comunidades, estratégias multissectoriais entre outros.
Questionado sobre as actividades em curso para responder a iniciativa global da Organização Mundial da Saúde, “Eliminação da Cólera como Problema de Saúde Pública até 2030”, a fonte avançou que estão em curso várias acções a todos níveis.
“O principal pilar é a identificação dos sectores chaves que possam intervir para a eliminação da cólera, criação de grupos multissectoriais, não só da saúde”, disse Langa.
Outras iniciativas incluem campanhas de vacinação. “Nos últimos dois anos nós vacinamos cerca de seis milhões de moçambicanos que residem nas zonas mais afectadas”.
A vacina foi administrada nas províncias de Tete, Manica, Sofala, Zambézia, Niassa, Nampula e Cabo Delgado.
A fonte anunciou ainda que a capital moçambicana vai acolher entre 29 a 30 de Julho corrente, a Conferência sobre Transdisciplinaridade para Eliminação da Cólera.
O evento vai juntar instituições nacionais e internacionais de pesquisa, cientistas e profissionais da saúde de 33 países do mundo que foram afectados pela cólera, dos quais constam 19 países africanos.
“A Conferência está alinhada a visão global e estratégia para eliminação da cólera. Nos últimos três anos a cólera tem vindo a conhecer proporções alarmantes e a comunidade científica sente a necessidade de debater tópicos que levem a descoberta de soluções eficazes”, disse.
Refira-se que Moçambique é considerado um caso de sucesso no cumprimento dos critérios para o acesso a vacina contra cólera.
(AIM)
MR/sg