
Provedor de Justiça, Isac Chande
Maputo, 25 Jul (AIM) – O Provedor de Justiça, Isac Chande, chama a sociedade moçambicana para que esteja de alerta e comunicar imediatamente às autoridades quaisquer casos suspeitos de rapto de crianças.
Chande lançou o alerta na manhã de hoje (25) em Maputo, na abertura do Workshop de Reflexão sobre Exploração do Trabalho Infantil e Desaparecimento de Crianças.
“É hora de toda sociedade moçambicana estar em estado de alerta nos bairros, escolas, fronteiras, transportes públicos visando denunciar as autoridades competentes sempre que haja indícios de raptos de crianças”, disse Chande.
O provedor diz que o rapto causa nas famílias das vítimas um forte impacto, por isso ninguém pode ficar indiferente a estes actos.
“Perder uma criança por desaparecimento sem saber em que estado se encontra, se foi morta, está a ser sujeita ao trabalho infantil ou abuso sexual é uma dor sem igual para os membros da sua família. Ainda que a pobreza seja apontada como uma das causas do trabalho infantil é nossa responsabilidade de proteger as crianças e assegurar que tenha acesso a educação e desenvolvimento são e harmonioso”, apontou.
“Não devemos ficar indiferentes a este problema pois o seu impacto nas famílias é incontestavelmente traumatizante”, acrescentou sublinhando que a protecção das crianças “não pode ser só tarefa do Estado, mas de todas forças vivas da sociedade pois só assim poderemos estancar o fenómeno”.
Citou como exemplo o caso de um rapaz desaparecido no distrito municipal Ka Tembe, na cidade de Maputo, encontrado sem vida e sem parte de seus órgãos retirados no distrito de Matutuine, província de Maputo.
Outro caso foi reportado na província central de Manica, onde um menor de nove anos desapareceu da casa de seus pais, para depois ser encontrado sem vida na casa de um vizinho.
“Ambos os casos chocaram profundamente a nossa sociedade e, por isso, não devemos ficar indiferentes a este problema pois o seu impacto nas famílias é incontestavelmente traumatizante”, disse.
Chande diz que é obrigação de todos cidadãos combater esta prática de modo de a assegurar um futuro “mais seguro e risonho para as crianças”.
A representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Maria Luisa Fornara, disse ser importante que as instituições de justiça e a sociedade trabalharem em conjunto na protecção da criança.
Para a UNICEF é importante a sensibilização sobre o que fazer sempre que for reportado o desaparecimento de um cidadão.
“Também é importante ter esquadras da polícia com condições de acolhimento e trabalhar junto com as comunidades nesta agenda”, disse.
“Esperamos que os esforços de todos nos possam se traduzir numa redução drástica dos actuais dados”, acrescentou.
Em 2023, o Ministério Público reportou pelo menos sete casos de tráficos de pessoas, sobretudo crianças de Moçambique para a vizinha África do Sul.
(AIM)
CC/sg