
Adelino Muchanga reconduzido ao cargo de Presidente do Tribunal Supremo
Maputo, 25 Jul (AIM) – A Assembleia da República (AR), o parlamento moçambicano, ratificou, por voto secreto, a recondução de Adelino Muchanga para o cargo do Presidente do Tribunal Supremo (TS), órgão máximo na hierarquia dos tribunais no país.
A ratificação surge após, em Maio último, o Chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, ter decidido reconduzir Muchanga para o mesmo cargo, e por ter decorrido o prazo legalmente estabelecido do seu mandato de cinco anos.
A recondução de Muchanga carecia de legalização da AR e, para o efeito, foi para a votação secreta.
De um total de 177 deputados presentes no acto de votação, 168 votos depositados nas urnas montadas no interior da Magna Sala, foram suficientes para autenticar a nomeação do presidente do TS, que incluem seis votos contra, um nulo, e dois em branco. A AR tem 250 deputados.
A deputada da bancada parlamentar da Frelimo, partido no poder, Joana Rabia, disse que Muchanga demonstrou uma capacidade de gestão da administração da justiça, durante o seu mandato de cinco anos.
“A bancada parlamentar da Frelimo, a minha bancada, recomenda a ratificação da sua nomeação para continuar a exercer o cargo de presidente do Tribunal Supremo”, afirmou a deputada.
Por seu turno, o deputado da bancada da Renamo na AR, Alfredo Magumisse, disse existirem prementes desafios que devem dar seguimento, e que durante o primeiro mandato de Muchanga não foi possível cumpri-los, sobretudo os ilícitos eleitorais.
Segundo Magumisse, os desafios incluem reformas profundas na descentralização do sistema judicial, para estar apto a participar directamente na resolução dos problemas dos cidadãos, sobretudo durante os processos eleitorais.
“Esperamos que esta recondução sirva de energia para que o presidente possa de forma corajosa continuar a conduzir o sistema judicial moçambicano para que não só os processos eleitorais, como [também] a finalidade de outros processos judiciais possa trazer a justiça que realmente os moçambicanos precisam”, vincou.
Já o deputado do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Fernando Bismarque, afirmou que o acto não passa de uma mera formalidade de subserviência gritante do TS e de todos nomeados por confiança política.
“Chamamos a atenção a todas as forças vivas do país para que, juntamente com o MDM, liderem o processo de refundação do Estado e de distribuição equilibrada dos poderes”, disse, sublinhando que o sector de justiça não deve ser um tentáculo dos partidos políticos, mas sim “autónomo, independente”.
A recondução e ratificação de Muchanga surge por ter decorrido o prazo legalmente estabelecido no seu mandato, de cinco anos.
Compete ainda a AR, ratificar a nomeação dos presidentes do Conselho Constitucional, do Tribunal Administrativo e do vice-presidente do TS.
Muchanga é presidente do Tribunal Supremo desde 2014.
(AIM)
AC/sg