
Presidente do Pelouro de Segurança na Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Pedro Baltazar
Maputo, 25 Jul (AIM) – Mais de 100 empresários, a maioria dos quais de origem asiática, já abandonaram Moçambique devido ao clima de insegurança que instalou no país por temerem a situação de raptos, desde que foi reportado o primeiro caso há 12 anos.
O Presidente do Pelouro de Segurança na Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Pedro Baltazar, anunciou esta quinta-feira (25) em Maputo, que o número de vitimas gira em torno de 150 empresários vítimas de raptos, com um impacto financeiro calculado em biliões de dólares.
“O fenómeno dos raptos está a trazer atrás de si um rasto de criação de exército de desempregados, a cada rapto, cada vez que sai um empresário de Moçambique deixa trabalhadores sem emprego, o mercado de emprego tem sido afectado”, advertiu Baltazar.
Nos últimos tempos, o sector empresarial tem estado a desencadear advocacia visando eliminar os raptos.
O Pelouro de Segurança e Protecção Privada surge no âmbito do diálogo “Público Privado e tem estado a interagir com o governo a todos níveis para estancar o mal.
Referiu que, da auscultação permanente levada a cabo junto dos associados que integram a CTA têm sido discutidas as melhores abordagens para a erradicação dos raptos em Moçambique.
“Importa destacar algumas das acções já desenvolvidas, realizações de vários encontros de onde saíram cinco recomendações as quais foram partilhadas com o governo”, disse.
Entre as medidas estratégias, constam a proposta sobre regulamentação da lei específica contra os raptos, mais investimentos direccionados às Forças de Defesa e Segurança, operacionalização da brigada anti-rapto, activação das câmaras de vigilância instaladas nas cidades de Maputo e Matola, entre outras.
“Por exemplo há um sistema que já foi implantado se calhar precisa de reparação, precisa ser revisto que é o sistema de vigilância das cidades de Maputo e Matola”, disse Baltazar.
A CTA entende que passados 12 anos da criação da brigada anti-rapto é chegado o momento de as autoridades darem uma basta a este fenómeno.
Os membros da CTA, a comunidade empresarial no seu todo, têm estado a exercer pressão para que possamos tomar medidas radicais para pressionar o Governo.
Várias vezes, os empresários ameaçaram paralisar a actividade comercial. Entretanto, como líderes, têm estado a gerir estas pressões. O Governo é parceiro dos empresários e, por isso, optaram pelo diálogo.
Advertem, porém, que “em algum momento, podemos não conseguir segurar esta pressão”.
(AIM)
MR/sg