Maputo, 02 Ago (AIM) – O governo quer retomar o crescimento de 7% por cento que caracterizou a economia moçambicana durante a última década.
É um desiderato que o governo pretende materializar com a criação de três milhões de empregos e, para o efeito, conta com a contribuição das Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs) que, actualmente, representam cerca de 46,4% de empregos e 23,4% do PIB.
A informação foi partilhada esta sexta-feira (02), em Maputo, pelo ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita (MOPHR), na 2ª Conferência Nacional das Micro, Pequenas e Médias Empresas que decorreu sob o lema: “Impulsionando o Desenvolvimento através do Fortalecimento da Indústria Local para o Empoderamento das MPMEs”.
A fonte avançou que apesar dos resultados alcançados pelas MPMEs, “estes devem subir para patamares mais elevados”.
Apontou como obstáculos catalisadores a aceleração dos processos administrativos, capacitação e formação dos empreendedores e das micro, pequenas e médias empresas.
É neste contexto que o Governo, através de diversas políticas e iniciativas, está empenhado em melhorar o acesso ao crédito, promover parcerias público-privadas e fortalecer as infra-estruturas que suportam as actividades empresariais.
“Além disso, estamos focados em garantir que as MPMEs tenham acesso a mercados nacionais e internacionais, aumentando a sua competitividade e capacidade de expansão”, acrescentou Mesquita, que falava em representação do Presidente da República, Filipe Nyusi.
Reconheceu, também, que a melhoria do ambiente de negócios é crucial para a atracção de investimento privado nacional e estrangeiro, que servirá de catalisador para o crescimento do empresariado moçambicano.
Já o ministro da Indústria e Comércio, Silvino Moreno, disse ser crucial a realização desta conferência, na busca de soluções dos problemas que afectam este segmento empresarial que concentra cerca de 98% do total das empresas existentes no país e, é determinante para a geração de emprego, renda e maior competitividade da economia nacional.
“Decidimos organizar esta reunião para, conjuntamente, debatermos em torno dos desafios existentes que são por todos nós conhecidos, mas que careciam ainda de mecanismos articulados para encontrarmos as melhores soluções para os mesmos”, esclareceu.
Por seu turno, o representante da Associação das Pequenas e Médias Empresas (APME), Agnaldo Caetano, considera as MPMEs, importantes parceiros para o desenvolvimento da economia nacional, ainda que persistam barreiras no acesso ao financiamento e inserção nos grandes projectos.
Caetano assumiu que o contributo das Micro, Pequenas e Médias Empresas em termos de PIB e emprego é ainda relativamente baixo, conquanto representem o maior número das unidades económicas existentes, com mais de 95% do universo de empresas legalmente registadas.
“Embora contribuidoras com 23,4% do PIB e 46,4% no emprego formal, as PME enfrentam desafios a nível do ambiente de negócios, acesso a mercados, acesso a financiamentos e coordenação dos mecanismos de apoio”, frisou.
Para Caetano, estes problemas foram mais visíveis nos últimos anos, após a eclosão da pandemia da Covid-19, dos sucessivos eventos climáticos extremos (ciclones e inundações), com o conflito na Ucrânia e o terrorismo que afecta a província de Cabo Delgado, desde 2017.
O evento foi organizado pelo Ministério da Indústria e Comércio (MIC), em parceria com a Confederação das Associações Económicas (CTA), e a Associação das Pequenas e Médias Empresas (APME).
Contou com o apoio da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), Banco Mundial e o Departamento de Desenvolvimento Internacional do Reino Unido (DFID).
(AIM)
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