Chimoio (Moçambique), 06 Ago (AIM) – A Procuradoria Distrital da Cidade de Chimoio, na província de Manica, centro de Moçambique, instaurou este ano (2024) um total de 34 processos-crime relacionados com o tráfico e consumo de drogas.
A cannabis sativa ou suruma é a droga mais consumida na cidade de Chimoio, a capital provincial, principalmente pela juventude.
Deste número de processos, 29 têm pessoas detidas e em cinco estão os indiciados a responder em liberdade.
Este número foi tornado público está terça-feira (06), em Gondola, pelo procurador-chefe do distrito de Chimoio, Remígio Guiamba, durante uma mesa redonda sobre o balanço de mecanismos de articulação entre a Assembleia Provincial e as organizações da Sociedade Civil (OSC) na fiscalização e monitoria das acções governativas.
“É um problema que preocupa a sociedade onde os pais e encarregados de educação são chamados a intervir para travar este mal. Se não combatemos a droga, esperemos uma sociedade desorganizada”, referiu o procurador.
“Hoje temos medo de repreender algumas atitudes ou comportamentos dos nossos educandos. Nos esquecemos do nosso papel como pais ou encarregados de educação. É preciso saber que a educação começa nas nossas casas para que tenhamos uma sociedade mais educada”, acrescentou.
Guimba, que não revelou os números de igual período de 2023, lembrou que a droga está a destruir a sociedade e todos são chamados a intervir para eliminar este mal que pode comprometer o futuro do país.
“Aqui em Chimoio temos muitos casos de venda e consumo de droga. É um problema que afecta principalmente a juventude. A droga é vendida em lugares que conhecemos e, por vezes, as pessoas são acobertadas pela própria população nas nossas comunidades. Vamos trabalhar para acabarmos com este mal”, apelou.
Guiamba sublinhou que “vemos que são crianças que procuram experimentar a droga e caem no vício”.
Segundo a fonte, muitas das vezes tem sido por influência de pessoas mais adultas. “A droga está a enriquecer muitas pessoas, mas a destruir uma sociedade. A comprometer o futuro dos homens do amanhã”.
Condenou a venda de álcool em barracas localizadas nas proximidades de estabelecimentos de ensino, facto que, anotou, tem estado a propiciar o recrudescimento deste mal.
“É preciso ver a mudança de comportamento dos nossos educandos. São vários sinais que nós, como encarregados de educação, devemos estar atentos a elas. Por vezes a criança dorme muito, bebe muita água, insulta outras pessoas, quando no passado não fazia. É preciso estarmos atentos”, alertou.
Remígio Guiamba apelou para a vigilância, controlo e denúncia de focos de venda de droga nos bairros e outros locais considerados de alto risco para a juventude.
Durante a mesa redonda, de um dia, foram debatidos aspectos como desafios das organizações da sociedade civil no desenvolvimento das actividades a nível dos sectores sociais, resultados das acções interventivas, papel do ministério público na prevenção e combate ao consumo de drogas, evolução e novas tendências de tráfico e consumo de droga.
Também foram abordados temas relacionados com o impacto da articulação entre a Assembleia Provincial e as organizações da sociedade civil na fiscalização e monitoria da acção governativa, bem como o impacto das actividades dos conselhos de escola na prevenção e combate ao consumo de álcool e drogas nas instituições de ensino.
Na mesa redonda estiveram presentes membros da Assembleia Provincial, representantes das organizações da sociedade civil, organizações não-governamentais e jornalistas.
(AIM)
Nestor Magado (AIM) /mz