Maputo, 23 Ago (AIM) – Mais de 1.600 militares moçambicanos estão dotados de estratégias operacionais e contraterrorismo, actos que deverão aplicar no combate aos males que enfermam o país, sobretudo o terrorismo que assola alguns distritos da província nortenha de Cabo Delgado.
O facto foi avançado pelo Embaixador da União Europeia (UE), em Moçambique, Antonino Maggiore, que sublinhou que a formação de militares marca o fim da Missão de Formação Militar da União Europeia em Moçambique (EUTM-Moz).
“Posso dizer que hoje (quinta-feira) é um dia muito importante porque terminamos com a formação dos soldados moçambicanos (…) foi uma missão que ficou aqui em Moçambique por dois anos”, disse Maggiore, que falava à imprensa, minutos após o término da cerimónia de entrega de certificados aos militares da Força de Reacção Rápida, acto que teve lugar quinta-feira (22) no distrito municipal da KaTembe.
Com efeito, durante os últimos dois anos, a EUTM-Moz formou cinco companhias de fuzileiros navais da Marinha, na KaTembe, e seis companhias das Forças Especiais instaladas na cidade de Chimoio, província central de Manica, acções cuja UE desembolsou cerca de 15,6 milhões de euros.
A formação incluiu a educação sobre a protecção de civis e cumprimento do direito internacional humanitário e dos direitos humanos, que englobou treinamento específico sobre mulheres, paz e segurança.
No entanto, o embaixador da UE em Moçambique anunciou que, brevemente, a UE vai iniciar uma nova missão militar no país, que se vai focar na monitoria e na advocacia.
Com duração de dois anos, a nova missão militar da UE, segundo Maggiore, vai desenvolver as actividades de fortalecimento do diálogo e cooperação, assistência e acompanhamento das Forças de Defesa e Segurança moçambicanas (FDS).
“Eu acho que essa cooperação militar é um sinal da parceria no âmbito da segurança e da cooperação muito estreita dos dois países e povos. Eu acho que essa cooperação vai continuar, e vai aumentar cada vez mais”, acrescentou.
Revelou igualmente que a UE vai fornecer, às FDS, material não letal, calculado em cerca de 90 milhões de euros.
“Estamos a falar de uniformes, veículos, material de comunicação, e outros materiais importantes”, afirmou.
Do orçamento desembolsado para a EUTM-Moz, a UE, de acordo com Maggiore, prestou assistência financeira para a presença das Forças Armadas do Ruanda, no país, que combatem os terroristas em Cabo Delgado, e da Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SAMIM, sigla em inglês), cujo mandato expirou.
Fazem parte da EUTM-Moz dez Estados-membros da UE, nomeadamente, Portugal, que comanda a Missão, Grécia, Itália, Finlândia, Roménia, Espanha, Bélgica, Lituânia, Áustria e Estónia.
(AIM)
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