
Esposa do Candidato Presidencial da FRELIMO, Gueta Chapo, no Comício popular em Mulevala, província de Zambézia. Foto de Carlos Júnior
Por Nelúcia da AIM, em Mulevala
Mulevala (Moçambique), 20 Set (AIM) – Pelo menos 345 membros da Renamo, decidiram abandonar as fileiras do maior partido da oposição, dos quais 29 foram apresentados hoje (20) no distrito de Mulevala, província da Zambézia.
A acto teve lugar num comício popular dirigido por Gueta Chapo, esposa do candidato presidencial da Frelimo, Gueta Chapo. Os dissidentes são membros do nível distrital, antes apresentados nos círculos e nas células.
Paulo Moteia, representante do grupo dos antigos membros da Renamo, revelou aos presentes que “nós éramos da Renamo, e agora estamos orgulhosos de sermos membros da Frelimo”.
Durante o comício, entregaram os seus cartões de membro para, de seguida, receberam material de propaganda da Frelimo para a presente campanha.
Os antigos membros da Renamo justificam como motivo para a sua renúncia, as falsas promessas feitas pelos dirigentes do partido naquele ponto da província, que gerou uma grande insatisfação.
Isaura Hilário José, de 24 anos de idade, membro da Renamo durante três anos, disse “o que me fez sair é que não estava a ver nada, não estava a ver boas coisas porque o que nós estamos a usar é da Frelimo e, a fazer também é graças ao partido.
Diante das falsas promessas, disse não ser vantajoso ser membro da Renamo, “prefiro estar na Frelimo”.
No que se refere às realizações da Frelimo, disse que Mulevala há cerca de cinco anos ascendeu a categoria de distrito graças ao partido no poder.
A instalação de uma casa mortuária, cadeia central e a construção da Escola Secundaria de Mulevala, são apontadas como parte das realizações da Frelimo neste ponto do país nos últimos tempos.
Através do programa “Eu Sou Capaz”, as mulheres e raparigas beneficiaram de transporte para terem acesso à escola.
“Até 2010 não havia uma escola primária completa que leccionava até sexta classe. A falta de transporte nos obrigava a interromper os estudos, mas graças a oferta das bicicletas já podemos estudar e concluir os estudos”, explicou.
Argelino Muemba, antigo combatente de 50 anos e membros da Renamo há mais de 10 anos, revelou também sua insatisfação com o partido, afirmando que enquanto líder comunitário de Mulevala, “não recebia nada durante oito anos”.
Considera a Frelimo um partido de boas acções e, foi por isso que disse com entusiasmo: “a Frelimo fez boas coisas aqui no distrito, instalou energia, escolas primárias e secundária completas, não tínhamos uma escola secundária aqui, mas agora já temos”.
Num encontro mantido com líderes religiosos, Gueta Chapo ouviu as preocupações, que incluem a falta de água potável, transporte, bancos, bombas de combustível e empregos.
Explicou que no caso dos subsídios aos idosos, a Frelimo prometeu reajustar e, actualmente está orçado a 250 meticais (cerca de 3,9 dólares).
Ainda nesta sexta-feira, Gueta Chapo visitou uma idosa em situação de vulnerabilidade e garantiu que a Frelimo vai dar assistência contínua aos idosos.
“Estou doente há mais de um ano e também cuido dos meus cinco netos, sendo três órfãos”, lamentou Rosa Camorima.
Aos residentes apontou a promoção de empregos para os jovens, prestação de serviços sociais básicos, provisão de água, saneamento, saúde, educação, habitação para os jovens, electricidade, transporte e comunicação, como sendo parte das intervenções que a Frelimo se propõe a fazer em Mulevala caso o partido e seu candidato presidencial vençam as eleições.
(AIM)
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