Maputo, 09 Out (AIM) – O candidato presidencial, Venâncio Mondlane, suportado pelo Partido Optimista pelo Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS) apontou hoje (09) algumas irregularidades com um elevado potencial para prejudicar a formação política que suporta a sua candidatura, bem como o seu próprio desempenho.
Mondlane manifestou o seu desagrado esta quarta-feira (09) em conferência de imprensa, minutos após exercer hoje, o direito ao voto na Escola Primária Completa 25 de Setembro, na capital moçambicana Maputo.
Entre as irregularidades, Mondlane apontou a presença de Rita Freitas, Inspectora Nacional das Actividades Económicas, como Presidente da Mesa de Voto o que contestou dizendo, “temos uma deliberação muito clara que inibe os funcionários públicos de serem membros das mesas de votação, notamos aqui um flagrante dessa natureza”.
Reclamou também a troca de posição do partido PODEMOS no boletim de voto, que difere da publicada no sorteio.
“No sorteio, o PODEMOS ocupa a posição 17, porém, em 10 dos 11 círculos eleitorais encontra-se na posição 16 e, num dos círculos está na posição 15”, disse.
Um caso ainda por apurar, refere-se a um dos círculos eleitorais, onde o partido não aparece em nenhum boletim de voto, nos casos da Assembleia da República.
Mondlane considera ser de elevada gravidade, um caso registado no distrito municipal Ka Mpfumo, onde metade das credenciais dos órgãos eleitorais a nível distrital, não foram assinadas.
“São cerca da metade das credenciais que devíamos ter a nível de Ka Mpfumo”, frisou.
Apontou mais um caso ocorrido no distrito municipal Ka Mubukwana, onde o mandatário do PODEMOS foi vitima de um assalto. Os malfeitores acabaram levando consigo cerca de 300 credenciais.
“O nosso mandatário, depois de receber os 300 credenciais, sofreu uma agressão física e um assalto que, visava exclusivamente arrancar os credenciais”, explicou.
Feita uma participação policial após o sucedido, fez-se um ofício aos órgãos eleitorais a fim de solicitar uma nova emissão de credenciais, entretanto, segundo Mondlane, a emissão foi rejeitada por Ana Chemane, Presidente da Comissão Nacional das Eleições da Cidade de Maputo, apesar das provas policiais apresentadas.
Mondlane alega haver um sistema montado para se operacionalizar uma fraude, entretanto, entende que estas constatações não constituem barreira para não abordar situações extremamente graves, que podem ter um grande impacto no resultado final, ainda que esteja tranquilo em relação a esta matéria.
“Vimos como a campanha decorreu e, em todas as sondagens oficiais e não oficiais, bem como redes sociais, indicavam uma tendência de votação expressiva acima de 80 por cento a favor de Venâncio”, disse.
Até que se faça uma apreciação definitiva sobre este processo eleitoral, convidou a todos os eleitores a votarem em massa.
“Se votarmos em massa, mesmos que façam truques e esquemas babilónicos de desvirtuar a vontade do povo, temos possibilidades para garantir que ela não seja adulterada “, sustentou.
Concluiu dizendo já haver condições mais do que suficientes para fazer algumas afirmações graves.
“Se isto continuar a decorrer neste sentido e na maneira como está a ser feito, eu penso que vão ter uma grande surpresa neste país”, advertiu.
Em reacção às inquietações de Mondlane, Paulo Cuinica, porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE), já reagiu dizendo que, os partidos políticos têm conhecimento do funcionamento do processo eleitoral.
“Onde os partidos não concorrem, naturalmente as posições alteram-se. Se um partido não está a concorrer numa determinada província, tiramos. Obviamente, quem está em baixo, sobe. Entretanto, o que não se altera é a ordem em que o candidato se encontra”, esclareceu.
Garantiu que tomou nota de todas as irregularidades reportadas e, caso se confirme, as autoridades competentes serão chamadas a intervir.
(AIM)
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