Lisboa, 01 Nov (AIM) – Subiu para 205 o número de mortes em Espanha devido às inundações, segundo o mais recente balanço provisório das autoridades deste país europeu.
Das 205 mortes, 202 foram registadas na Comunidade Valenciana.
“Neste momento, e de forma provisória, o número de vítimas mortais atinge as 202 pessoas”, anunciaram os serviços de emergência de Valência em comunicado divulgado esta sexta-feira e citado pela imprensa espanhola e lisboeta.
No documento, o centro de coordenação de emergências da região acrescenta que continua em marcha o processo de “levantamento e identificação das vítimas”.
Além das 202 mortes contabilizadas em Valência, as autoridades espanholas registaram outras duas em Castela La Mancha e outra na Andaluzia.
Várias regiões de Espanha estão desde terça-feira sob a influência de uma “depressão isolada em níveis altos”, um fenómeno meteorológico conhecido como DANA em espanhol e como DINA em português.
O fenómeno causou chuvas torrenciais e ocorrências em diversos pontos de Espanha, sobretudo na costa do Mediterrâneo.
A região mais afectada foi a Comunidade Valenciana, no leste do país, com chuvas com níveis inéditos, que fizeram accionar os alertas e avisos mais graves da protecção civil e da meteorologia na terça-feira à noite.
Trata-se de uma das catástrofes naturais mais graves dos últimos 75 anos em Espanha, ultrapassando as inundações de Biescas (Huesca) em 1996, com 87 mortos, e as inundações de Turia em 1957, em que morreram entre 80 e 100 pessoas.
Para além de mortes, há dezenas de pessoas desaparecidas e enormes danos em infra-estruturas, como estradas, pontes e linha ferroviária, segundo as autoridades citadas pela CNN Portugal.
Para começar a reconstruir as estradas afectadas pelo mau tempo e as inundações na Comunidade Valenciana, sobretudo nas províncias de Valência e Cuenca, o Governo espanhol avançou com “uma primeira dotação orçamental” de 24,8 milhões de euros.
Segundo um comunicado do Ministério dos Transportes e Mobilidade Sustentável, a verba permite arrancar de imediato com os trabalhos de recuperação nas vias A-7, N-330 e N-322, consideradas de importância estratégica para a rede rodoviária do Estado.
Desta dotação orçamental, 12,6 milhões foram disponibilizados com carácter de urgência para a reconstrução do viaduto desmoronado da A-7, no município de Quart de Poblet, e para a construção de um desvio provisório com três faixas de rodagem em cada sentido junto à própria auto-estrada para servir o tráfego de longa distância, sendo que os primeiros trabalhos já começaram.
Os outros 12,2 milhões de euros são para a reconstrução da estrada N-322, em Requena, e da N-330 em diferentes troços das províncias de Valência e Cuenca, que foram “gravemente danificadas” pelas fortes chuvas e que levaram inúmeros cursos de água a transbordar e a provocar inundações.
O ministério detalha que os troços afectados da N-330 estão situados no afluente da Rambla de la Torre, em Utiel (Valência), no município de Talayuelas (Cuenca) e na Cañada de la Rinconada ou del Asno, em Landete (Valência).
Por seu lado, a V-31, em direcção a Alicante, já foi desobstruída, embora as autoridades continuem a recomendar que se evitem as deslocações para dar prioridade ao trabalho dos serviços de emergência e salvamento.
Entretanto, cerca de 23.000 pessoas continuam sem fornecimento de electricidade na província de Valência, depois de mais de 132.000 pessoas terem sido afectadas desde quarta-feira. Mais de duas dezenas de geradores foram ligados em diversas localidades afectadas, como Alborache, Alfafar, Buñol, Cheste, Chiva, Quart de Poblet, Montroi, Real, Siete Aguas, Torrent e Utiel, estando em curso trabalhos de restabelecimento do fornecimento de electricidade.
(AIM)
DM