Matola (Moçambique), 04 Out (AIM) – O quinto dia das manifestações convocadas pelo candidato presidencial do partido PODEMOS, Venâncio Mondlane, foram marcadas por uma relativa calma nas primeiras horas do dia, nas cidades de Maputo e Matola, mas a situação deteriorou-se rapidamente a partir da tarde.
A reportagem da AIM saiu a rua na manhã desta segunda-feira com um giro a partir da Matola, onde percorreu os bairros da Mozal, Tchumene, Malhampsene, Matola-rio, Liberdade, Machava e Patrice Lumumba, onde a situação parecia controlada e com tendência do regresso normal das actividades económicas.
Na cidade de Maputo, a situação era a mesma, até cerca as 09h00 horas, quando a reportagem da AIM passou pela portagem que liga as cidades de Maputo e Matola, usando a N4.
Nos grandes centros comerciais havia uma tendência de o comércio fluir, os ministérios e cartórios abertos. O cenário era o mesmo em algumas escolas embora sem professores e estudantes que justificassem aulas.
Mas, nos bairros periféricos, nomeadamente, Chamanculo, Xiquelene, na rotunda entre as avenidas Julius Nyerere e das FPLM eram visíveis aglomerados de muitos jovens, aparentemente sem agenda.
Já, quando o relógio marcava a transição da manhã para o período da tarde, a situação evoluiu para uma situação catastrófica, marcada por protestos que culminaram com o bloqueio das vias e precipitando parte da cidade de Maputo para o caos.
Nos bairros da Maxaquene e Polana Caniço as vias de acesso estavam bloqueadas com barricadas, impedindo a circulação de viaturas. A circulação de algumas vias estava impedida por causa da queima de pneus enquanto grupos de jovens caminhavam em direcção à Praça dos Combatentes, onde se encontrava estacionado um forte contingente policial.
Como era previsível, a marcha acabou com um confronto entre os manifestantes e a polícia que tentava manter a ordem e tranquilidade públicas, e assegurar a livre circulação de pessoas e bens.
No centro da cidade, alguns grupos de jovens, incluindo parte da comunidade muçulmana também iniciaram manifestação, mas que não durou muito tempo.
A situação criou imediatamente a falta de transportes públicos, forçando os transportadores a interromperem a circulação, facto que levou muitos cidadãos a regressarem a pé para as suas casas.
Na estrada Nacional numero 4, que liga a cidade de Maputo a vizinha Africa do Sul (N4), a circulação ficou temporariamente interrompida o que causou transtornos ao normal fluxo na cidade.
Nos bairros Patrice Lumumba, Infulene, T3, Machava, Malhampsene entre outros, a situação estava caótica, marcada por confrontos entre manifestantes e a polícia.
Há relatos de avultados prejuízos causados pelos manifestantes no bairro Patrice Lumumba, onde atearam fogo a uma antena de telefonia móvel e tentativa de incendiar a sede do partido Frelimo a nível daquele bairro.
Os manifestantes, exigiram o encerramento do mercado local e interditar a circulação de transporte público.
Até ao fecho da nossa reportagem, a transitabilidade em vias da Matola estava muito condicionada.
(AIM)
PC/sg