Maputo, 08 Nov (AIM) – A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) convocou uma reunião de emergência para analisar a crise pós-eleitoral que se instalou em Moçambique, após a divulgação dos resultados das eleições gerais realizadas em 9 de Outubro, que o candidato presidencial que ocupa segundo lugar na contagem de votos, Venâncio Mondlane, contesta.
A reunião de emergência visa buscar formas de mediar as tensões e apoiar uma saída pacífica para a crise, enquanto o governo moçambicano continua a trabalhar no sentido de manter a ordem e tranquilidade públicas enquanto se espera a proclamação dos resultados eleitorais remetidos ao Conselho Constitucional para validação e proclamação.
A preocupação surge pela posição geoestratégica de Moçambique que é o principal corredor para os países do interior, incluindo o Zimbabwe, Zâmbia, Malawi, RDCongo, entre outros. Por isso, qualquer perturbação ou instabilidade política poderá ter um grande impacto na economia destes países.
Emmerson Mnangagwa, Presidente do Zimbabwe e actual presidente do órgão de Política, Defesa e Segurança da SADC, vai liderar os esforços para resolver a crise.
“Ele irá presidir à reunião de emergência da SADC, onde os líderes da região irão procurar uma solução duradoura para os distúrbios em Moçambique”, escreve o jornal The East African.
De acordo com a publicação, os líderes da SADC estão preocupados com o impacto que a instabilidade em Moçambique pode ter na região, especialmente no contexto de segurança e desenvolvimento.
Moçambique tem sido marcado por protestos violentos nas últimas semanas, marcado por confrontos entre forças de segurança e manifestantes, situação que, de acordo com algumas organizações de direitos humanos, já causou a morte de pelo menos 18 pessoas.
Os protestos eclodiram com o anúncio da vitoria da Frelimo, partido no poder e do seu candidato, Francisco Chapo, com a oposição a alegar fraude eleitoral.
A contestação é liderada pelo Venâncio Mondlane, candidato presidencial da oposição. A candidatura é suportada pelo partido Povo Optimista pelo Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS).
A SADC enviou uma missão de observação eleitoral a Moçambique para monitorizar as eleições, e o relatório preliminar foi criticado pela oposição, alegando que o mesmo não reflecte as irregularidades observadas durante o processo de votação.
(AIM)
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