Maputo, 07 Nov (AIM) – Moçambique foi palco esta quinta-feira (07) de várias manifestações populares, um pouco por todo o país, marcadas por uma actuação exemplar das Forças de Defesa e Segurança (FDS) que mereceu muitos elogios de todos os segmentos da sociedade, pois acabou evitando o pior.
As FDS distinguiram-se pela sua interacção com os manifestantes e seu papel persuasivo. São inúmeras as imagens postas a circular de membros das FDS dialogando com os manifestantes e, em alguns casos, convencê-los a retirar os obstáculos que eles colocaram na via pública.
No dia anterior, o ministro da Defesa Nacional, Cristóvão Chume, advertiu a possibilidade de mobilizar efectivos militares para garantir a ordem e tranquilidade públicas durante as manifestações.
Esta advertência provocou uma grande apreensão no seio da sociedade moçambicana que receava um banho de sangue, sabido que, geralmente, os militares são pessoas de poucas conversas.
Vale lembrar que as referidas manifestações foram convocadas por Venâncio Mondlane, candidato presidencial do partido da oposição Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), como forma de contestar os resultados das eleições gerais de 09 de Outubro último.
Como forma de evitar que as manifestações degenerassem em violência, as autoridades moçambicanas decidiram reforçar a Polícia da República de Moçambique (PRM) com unidades das Forças Armadas de Defesa de Moçambique que evitaram o pior.
O porta-voz do Ministério da Defesa Nacional (MDN), Omar Saranga, tranquilizou, afirmando que a principal missão dos militares é garantir a defesa da nação e não carregar sobre os manifestantes.
“Estamos aqui para proteger cada moçambicano, o funcionamento normal das instituições públicas e privadas. Em momentos como este, com manifestações ocorrendo em algumas regiões, o nosso papel estende-se também ao concurso das Forças de Defesa e Segurança (FDS) na manutenção da ordem e a tranquilidade públicas, sempre actuando de forma subsidiária em coordenação com as autoridades civis”, disse Saranga.
Como exemplo citou o envolvimento das FDS na remoção de obstáculos nas vias públicas, incluindo pneus queimados colocados por manifestantes com o objectivo de impedir a circulação de viaturas.
Reiterou o apelo para que todos os cidadãos exerçam o seu direito de expressão pacificamente, observando os ditados da lei sem recorrer a desacatos, violência e evitando situações que coloquem em risco a integridade das comunidades.
Vincou que as FADM também reiteram o seu compromisso de defender a nação, soberania e os princípios que norteiam o país, tais como a paz, a segurança, o respeito mútuo, desenvolvimento de Moçambique e de todos os moçambicanos.
Agradeceu o apoio e a colaboração de muitos cidadãos que, com respeito e dignidade, compreendem a presença das FADM como aliadas do povo moçambicano.
Questionado se o envolvimento das FADM não seria o mesmo que demonstrar as fragilidades da Policia da República de Moçambique, Saranga refutou essa possibilidade.
Explicou o papel subsidiário das FADM, afirmando que em todas as partes do mundo quando surgem problemas tais como desastres naturais e outros, as Forças Armadas são chamadas a contribuir principalmente na remoção de obstáculos ou para salvar vidas humanas.
(AIM)
sg