Boane (Moçambique), 21 Nov (AIM) – A Fundação Dom Dinis Sengulane e a Associação dos Docentes Universitários de Moçambique (ADUM) assinaram esta quinta-feira (21) um memorando de entendimento para a materialização do projecto, “Stop Assédio Sexual: Por um Ensino sem Violência Contra Rapariga”, uma iniciativa da ADUM.
O projecto visa beneficiar as comunidades moçambicanas a vários níveis com maior destaque para o sector de educação, à semelhança do projecto, “Eu Vou Esperar”, levado a cabo pela Fundação Dom Dinis Sengulane, que visa sensibilizar os jovens no geral (raparigas e rapazes), sobre a necessidade de evitar casamentos prematuros.
Assinaram o Bispo Emérito Dom Dinis Sengulane, patrono da fundação do mesmo nome e, pelo Presidente da ADUM, Hilário Chacate, docente da Universidade Joaquim Chissano (UJC), um acto que teve lugar no distrito de Boane.
A ADUM é uma organização moçambicana sem fins lucrativos, constituída por pesquisadores e docentes de diversas instituições de ensino superior.
Segundo Chacate, “a assinatura do memorando é um momento simbólico, pois partiu de um sonho com vista à resolução de um problema com o qual nos identificamos nas instituições de ensino superior”.
“O assédio sexual nas instituições de ensino é um problema que cria sequelas à algumas meninas, causando desistências dos seus estudos porque um determinado docente abusou do seu poder para satisfazer os seus intentos, por isso consideramos algo repugnante”, explicou.
Por isso, para reduzir o numero de casos de assédio sexual nas instituições de ensino, foi criado em 2018, a ADUM, um projecto foi desenhado por docentes e estudantes.
“Nós tivemos apenas a visão, mas o projecto pertence a ambos e devem apropriar-se do mesmo”, sublinhou.
Chacate afirmou ainda, que após a criação da iniciativa “entendemos que não seríamos capazes de responder às exigências de um projecto desta magnitude, que envolve várias dimensões: espiritual, ética e moral, que se enquadram nos quatro pilares da Fundação Dom Dinis Sengulane, Paz, Ética, Saúde e Espiritualidade”.
Segundo Chacate, estas semelhanças contribuíram para, “facilmente identificarmos a Fundação Dom Dinis Sengulane como um parceiro estratégico para juntos advogarmos por esta causa”.
A propósito deste projecto, está prevista a criação de um Comité de Ética, capaz de fazer o devido tratamento dos casos de assédio sexual junto das entidades competentes.
“Este Comité de Ética, será composto por membros com idoneidade e mérito inquestionável, para o tratamento destes casos a nível interno, bem como encaminharem estes processos às instituições de justiça (ainda por firmar parcerias num futuro próximo), quando forem de natureza criminal, para averiguação e responsabilização dos indiciados pela prática de assédio sexual”, salientou.
O projecto vai abranger também o ensino médio, e será implementado a nível nacional, sendo pioneira a zona sul do país, “porque não temos recursos e a lógica é juntarmos as forças e sinergias com a Fundação Dom Dinis Sengulane para mobilizarmos recursos, por forma a implementarmos este projecto que consideramos útil a nível das instituições de ensino”.
Já, a Fundação Dom Dinis Sengulane é uma instituição sem fins lucrativos e desenvolve várias acções de impacto social que agregam todos os esforços com vista ao bem-estar da sociedade e, acima de tudo, na preservação da paz.
Por isso, Sengulane, na sua mensagem enalteceu e apelou à paz nas instituições de ensino superior, secundário e outros níveis.
“Estamos a tentar semear a paz, principalmente nas raparigas, estas não devem se sentir pressionadas a envolverem-se em esquemas para transitarem de classe ou ano e, se for o caso, não terão paz durante toda a vida”, disse.
(AIM)
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