
Presidente da República, Filipe Nyusi, no encontro com Associação Geração 08 de Março
Maputo, 18 Nov (AIM) – O Presidente da República, Filipe Nyusi, convida a Geração 8 de Março, na busca de soluções para a actual crise pós-eleitoral que se instalou em Moçambique, marcada por manifestações violentas em todo o país, particularmente nas cidades de Maputo e Matola.
O Chefe de Estado formulou o convite hoje, em Maputo, minutos após o término de uma audiência que concedeu a membros da agremiação Geração 8 de Março.
O Chefe do Estado vincou a necessidade para a partilha de opiniões, imbuídos de patriotismo e sentido de missão, tal como foi na altura da criação da agremiação.
“O que avalio imediatamente e com muita satisfação é o facto de ser um acto de patriotismo, de sentido de missão”, disse.
Nyusi apelou a Geração 8 de Março a não procurar o responsável pelos desmandos, mas sim restabelecer harmonia em todo o território nacional, incluindo aos membros da associação ausentes no encontro.
“Os que não vieram não estão para dizer que o A e B têm razão. Estamos para juntos para procurarmos qual é a solução do problema para que os moçambicanos voltem a ter uma vida tranquila, e que possam contribuir, cada uma à sua maneira, para a construção deste país, que tanto precisa”, afirmou.
Por seu turno, a coordenadora da associação Geração 8 de Março, Yolanda Mussá, confirmou que urge restaurar a ordem pública e tranquilidade social, tendo manifestado a sua disponibilidade e de seus pares para acções e actividades necessárias para a restauração da tranquilidade social.
“Neste momento em que o país atravessa nós, como Geração, assumimos como maior importância uma diversidade de medidas que possam restaurar a ordem pública e tranquilidade social. Tal como em 1977, devemos hoje, como Geração 28, estarmos disponíveis para desempenhar todas as acções que o Presidente da República quiser para restaurar a tranquilidade pública”, vincou a fonte.
Nyusi também manteve encontro com líderes dos partidos políticos.
Na ocasião, o Chefe do Estado reiterou que o objectivo do evento não visa buscar o responsável dos actos aliados às manifestações, mas sim fazer uma auscultação para redefinir alguns passos a serem dados para a restauração da uma harmonia social no país.
“Não quero dizer quem tem razão … Não há motivos, não há razão de os moçambicanos morrerem, assim como não há motivos, nem razão para que se desfaça, destrua o país construído com sacrifício de todos nós”, destacou Nyusi.
Há perto de um mês que as principais cidades moçambicanas vivem um clima de tensão pós-eleitoral, provocada pelas manifestações convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, apoiado pelo Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS) um partido extraparlamentar.
Venâncio Mondlane reclama os resultados do apuramento central provindos das VII eleições presidenciais e legislativas e IV para as assembleias provinciais e de governador de província, ocorridos a 09 de Outubro último, divulgados a 24 de Outubro, pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) que dão vitória ao candidato presidencial Daniel Chapo, suportado pela Frelimo, partido no poder.
Os resultados foram submetidos ao Conselho Constitucional (CC) órgão soberano que compete especialmente administrar a justiça em matérias jurídico-constitucionais e, em última instância, de contencioso eleitoral em Moçambique.
As manifestações tendem a ser violentas, tendo as autoridades policiais registado vandalização e pilhagem de estabelecimentos comerciais e de viaturas em plena marcha nas avenidas e ruas.
Mais de 40 mortes e cerca de 500 feridos é o saldo das manifestações convocadas por Venâncio Mondlane, através das lives na sua página de Facebook.
(AIM)
AC/sg