Maputo, 01 Dez (AIM) – O número de mortes relacionadas com o SIDA registou uma queda 54 mil casos em 2015, para 44 mil em 2023 cifra que representa uma redução de 19%.
No mesmo período, também regista-se uma redução de novas infecções pelo HIV, que caíram de 143 mil em 2015, para 81 mil em 2023.
A mesma tendência verifica-se no número de novas infecções por HIV em crianças (dos 0 aos 14 anos), que passou de 19 mil em 2015, para 12 mil em 2023 e, a taxa de transmissão vertical de HIV passou de 16% em 2015, para 10% em 2023.
A informação foi partilhada este domingo (01), pelo chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, na sua mensagem por ocasião das celebrações do Dia Mundial de Luta Contra o SIDA, que se assinala este ano, sob o lema, “Seja Solidário, diga Não ao estigma e discriminação”.
Nyusi explicou que a escolha do lema se deve ao facto de, a nível mundial, o estigma e as práticas discriminatórias continuarem a ser uma realidade que retardam a velocidade da luta contra o SIDA e Moçambique não foge à regra.
“Em Moçambique, também o estigma e a discriminação constituem barreiras para o acesso aos serviços de prevenção e tratamento do HIV”, afirmou.
Por isso, disse estar ciente de que o HIV continua a ser uma ameaça para a saúde pública em Moçambique.
“O HIV-SIDA está a condicionar o desenvolvimento sócio-económico e o bem-estar dos moçambicanos. Persistem importantes desafios que precisamos de enfrentar, de forma colectiva, com responsabilidade e determinação”, explicou.
Por isso, exorta em especial aos jovens e adolescentes para “que não percam a concentração e coloquem esta matéria na segunda agenda”.
Exortou igualmente a todos moçambicanos para transformarem o lema deste ano, num guia de actuação e de comportamento, porque o HIV e SIDA só será vencido se os direitos de todos forem respeitados.
Por isso, espera atitudes positivas para o combate ao estigma e discriminação e considera que, “cada um de nós deve dar o seu contributo para o sucesso da nossa resposta ao HIV e SIDA, quer seja de forma individual, junto das famílias, comunidades, nos locais de cultos, no transporte público, no local de trabalho, bem como em todos os sítios de convivência”.
Vale lembrar que, apesar dos desafios que ainda persistem, Nyusi disse que os ganhos alcançados nos últimos 10 anos em resposta ao HIV e SIDA foram notórios, e demonstram que é possível combater com sucesso o SIDA como ameaça à saúde pública, com destaque para o acesso aos serviços de HIV.
“Em 2015, apenas 46% das pessoas que viviam com HIV conheciam o seu diagnóstico, contra 89% em 2023. O número de pessoas que conheciam o seu diagnóstico e que estavam em tratamento passou de 41% em 2015, para 86% em 2013. E, em 2016, apenas 31% das pessoas que estavam em tratamento anti-retroviral tinham alcançado a supressão viral, contra 77% em 2023”, explicou.
As autoridades sanitárias introduziram a profilaxia pré-exposição, de forma faseada, em 2017, tendo alcançado todo o país em 2021.
Desde 2020, realiza-se em Moçambique, o auto-teste de HIV para alcançar os grupos de difícil acesso e criar maior demanda e, até Junho de 2024, cerca de 1,4 milhão de auto-testes foram distribuídos.
Estes esforços e acções resultaram na melhoria significativa do acesso aos serviços de HIV com ganhos significativos em várias áreas.
(AIM)
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