
Albino Forquilha, Presidente do PODEMOS. Foto arquivo
Maputo, 3, Nov (AIM) – O Presidente do partido Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), Albino Forquilha, anunciou hoje (3) em Maputo, a disponibilidade da sua formação política para dialogar com o governo para o término das manifestações no país.
Segundo Forquilha a proposta será submetida para a consideração do Presidente da República, Filipe Nyusi, e a mesma visa contribuir para a solução do problema instalado.
Como pré-condição Forquilha exige uma garantia de segurança para o Partido PODEMOS, sobretudo seus dirigentes /candidato Venâncio Mondlane e equipe negociadora.
Refira-se que o PODEMOS insiste que a solução da crise está na reposição da verdade eleitoral.
“Que se faça tudo por forma que os editais e actas que foram enviadas tenham uma confrontação transparente, significa presença de actores externos ao Conselho Constitucional, aceites por lei, como é o caso de mandatários dos partidos, jornalistas, observadores”, disse Forquilha em conferencia de imprensa havida hoje, em Maputo.
No seu entender, em segunda linha está o PODEMOS e Venâncio Mondlane, que são actores fundamentais que reclamam a vitória, são estes que podem convocar e desconvocar às manifestações.
Forquilha solicita a presença de um terceiro grupo de actores relevantes que são estratégicos, nomeadamente, partidos políticos, academia, sociedade civil, organizações profissionais e esse grupo não pode decidir sobre aspectos operacionais do formato necessário para o diálogo
Explicou que “na impossibilidade de se repor a verdade material provavelmente pela gravidade da fraude eleitoral cometida, incluindo ocultação ou desaparecimento, viciação de evidencias pela Frelimo que se proceda auditoria forense para a devida responsabilização”
Neste caso, Forquilha propõe a formação de um conselho de Estado, ou de um Governo de Unidade Nacional ou ainda de um Governo Misto.
O referido conselho de Estado, ou de um governo de unidade nacional ou ainda de um governo misto estender-se-ia aos governos provinciais e distritais distribuídos de forma paritária entre o PODEMOS e a Frelimo.
Consta ainda como solução dos protestos violentos, a governação descentralizada seria no âmbito político, fiscal, administrativo para incentivar autonomização.
Questionado sobre eventual dissonância entre o candidato presidencial Venâncio Mondlane e a liderança do PODEMOS, disse que o seu partido pretende manifestações pacificas e não violentas.
“Estou a dizer aqui temos cerca de 97 pessoas que foram barbaramente assassinadas, porque estavam a exigir a justiça eleitoral “, referiu.
Sobre a ausência de Venâncio Mondlane, no encontro orientado recentemente pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, Forquilha ressalvou que estava em causa a segurança dele e o conteúdo do diálogo.
“Como sabem, uma das notas que ele mesmo partilhou também fala da segurança dele, se nós queremos dialogar precisamos criar condições para que o parceiro possa participar livremente, não pode vir participar enquanto há vários processos por trás dele, por isso ninguém foi lá, “referiu.
PODEMOS quer que sejam extinguidos os processos crime abertos contra Venâncio e PODEMOS.
“Há processos contra Venâncio e PODEMOS, então estamos a pedir que o Chefe do Estado como mais alto magistrado da nação resolva isso “, disse.
Questionado se o PODEMOS teria perdido controlo de seus membros pelo facto de vandalizarem bens públicos e privados, fez saber que o seu partido tem controlo dos seus membros.
“Quanto ao problema, para nós o problema é de facto sonegação a democracia, fraude eleitoral, tem que se identificar muito bem a viciação dos resultados, o enchimento às urnas, isto vem por baixo de toda sonegação a democracia”, disse.
O PODEMOS diz que a solução também passa por reduzir os excessivos poderes do Presidente da República.
Refira-se que o líder do PODEMOS não avançou a data que irá submeter a sua proposta para diálogo com o Presidente da República.
(AIM)
MR/sg