Maputo, 08 Jan (AIM) – O presidente do partido da oposição Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), Albino Forquilha, garante que não haverá espaço para mais manifestações pós-eleitorais no país, caso haja um mecanismo criado para iniciar um diálogo entre as partes envolvidas.
“Se tivermos um mecanismo e começarmos a ver que há uma receptividade de se sentar na mesa e dialogar não vejo a necessidade de continuarmos com as manifestações”, disse Forquilha, em conferência de imprensa havida esta quarta-feira (08) em Maputo.
O evento tinha por objectivo esclarecer notícias de uma cisão da relação entre o PODEMOS e seu ex-candidato presidencial, Venâncio Mondlane.
Refira-se que o Presidente da República, Filipe Nyusi, convidou os partidos políticos com assento na próxima Assembleia da Republica, para um encontro esta quinta-feira (09), incluindo Forquilha, o secretário-geral da Frelimo, Daniel Chapo, e candidato vencedor das eleições presidenciais, os presidentes, da Renamo, Ossufo Momade; do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) Lutero Simango; e da Nova Democracia (ND) Salomão Muchanga.
“Isto é que é muito importante porque a missão de um partido político não é apenas manifestar, é exactamente exigir um direito quando há receptividade”, afirmou.
Forquilha sublinhou que a luta do PODEMOS não é para Venâncio Mondlane, mas sim para os moçambicanos, apesar de ambos perseguirem o bem-estar do povo moçambicano.
“Nós, o PODEMOS, não lutamos para o Venâncio, lutamos para o povo, nos encontramos (com Venâncio) pelos mesmos objectivos”, disse, acrescentando de seguida que Venâncio Mondlane é um companheiro.
Segundo Forquilha, nos últimos meses, nota algum radicalismo e extremismo devido a posição tomada por Venâncio, que chega a afectar a sua família.
“Eu estou a receber inúmeras mensagens, insultos à minha família, etc, etc, não sei quanto. Este tipo de cultura não é partidária”, vincou.
O líder do PODEMOS reiterou que os 43 deputados vão tomar os seus assentos na Assembleia da República (AR) o parlamento moçambicano, na X legislatura, a iniciar próxima segunda-feira (13) na AR, em Maputo.
Entretanto, Venâncio Mondlane anunciou que chegará ao país, vindo da parte incerta, na manhã desta quinta-feira (09) tendo convidado os seus apoiantes a estarem presentes no Aeroporto Internacional de Maputo, para o receberem.
Através das lives transmitidas na sua página de Facebook, Venâncio Mondlane tem convocado manifestações violentas que já causaram a morte de mais de 500 mortes e milhares de feridos.
As manifestações violentas convocadas por Venâncio Mondlane, servem de reivindicação dos resultados eleitorais promulgados pelo Conselho Constitucional (CC) o órgão deliberativo, em última instância, de matérias jurídico-constitucionais e de contencioso eleitoral.
Os resultados deram vitória a Chapo e a Frelimo, o partido que o suportou todo o processo eleitoral, que obteve 65,17 por cento.
O principal adversário de Chapo, Venâncio Mondlane, que foi suportado pelo PODEMOS, assume a segunda posição com 24,19 por cento. Momade, apoiado pela Renamo, amealhou 6,62 por cento; e Lutero Simango, do MDM, teve 4,02 por cento.
A cerimónia de investidura de Chapo está marcada para a próxima quarta-feira (15) na cidade de Maputo.
(AIM)
Ac/sg