
Presidente da República, Filipe Nyusi, reúne-se com representantes do Conselho Cristão de Moçambique
Maputo, 12 Dez (AIM)- O Presidente do Conselho Cristão de Moçambique (CCM), Rodrigues Dambo, encoraja o Presidente da República, Filipe Nyusi, a prosseguir com o diálogo junto dos partidos políticos para a restauração da ordem e tranquilidade em todo o território nacional.
O CCM tem estado a acompanhar as manifestações violentas ocorridas a 9 de Outubro passado.
Por isso, disse Dambo, “propomos o Sr. Presidente a continuar com o diálogo que já iniciou. Encorajamos a procurar todos meios para que o diálogo se efective de forma franca, que haja algumas intervenções que possam dar calma e esperança aos jovens”, disse Dambo.
O CCM, que falava durante um encontro mantido hoje (12) com o Presidente da Republica, afirma que existem algumas entidades que trabalham com a sua agremiação que estão abertas para ajudar na resolução do conflito
As manifestações referidas estão a ter efeitos negativos na economia do país, na fé dos crentes de diferentes religiões que, em algum momento, ficam privados de frequentar os cultos e oração ao longo da semana.
“Na última a convocação às manifestações se estenderam até ao final da semana, sábado e domingo, impedindo, deste modo, a realização de várias actividades sociais religiosas, celebração de casamentos e outros”, referiu
Revelou que o direito de culto está consagrado na Constituição da República de Moçambique.
O CCM também diz ter assistido com preocupação disparo de gás lacrimogéneo visando dispersar os manifestantes.
Por outro lado, tem constatado que os manifestantes assaltam, roubam pilham lojas, destroem casas particulares ou do Estado, cobram portagens, assaltam esquadras e cadeias, libertam prisioneiros, alguns deles perigosos.
Estes actos em nada abonam para a reputação de Moçambique “um país que é conhecido internacionalmente como nação de diálogo que permitiu acabar com a guerra dos 16 anos”.
O Presidente da República, Filipe Nyusi, reconheceu que, efectivamente, não se pode rezar à vontade, celebrar casamentos, realizar cerimónias fúnebres, doentes que não estão a obter o tratamento necessário, mulheres que deviam fazer controlo pré-natal não conseguem ir às unidades sanitárias.
“Em Mogovolas onde o campo de cólera foi destruído, e essas pessoas saíram para fora e algumas morreram, nós temos estado a controlar essa doença nos últimos anos, neste momento devíamos ter muitos focos e haviam mais de 200 pessoas em controlo, os médicos foram corridos, pronto, está a criar um ambiente de desordem”, disse Nyusi.
Não só, actividades escolares foram interrompidas em algumas regiões porque alguns professores e alunos são coagidos a não entrarem na sala de aulas, outras sob alegação de não pagamento de horas extras.
“A experiência que temos é de que eles depois se aproveitam porque entraram essas pessoas de manifestações para proibir que alunos entrassem na sala de aulas “, disse.
Para além de registo mortes de civis houve ataques, destruição de residência de polícias como forma de desmoralizá-los.
O Chefe do Estado, solicitou os cinco (5) membros do corpo directivo do CCM, uma organização que representa milhares de pessoas, para fazer apelos fortes para que todos possam se reencontrar, combinando o que deve ser melhorado e corrigido.
“Aproveitamos esses encontros para auscultar às ideias, porque algumas opiniões não serão resolvidas a curto prazo” referiu
Nyusi deplora o uso de crianças para de actos que apenas acabam formatando o futuro difícil desta camada social.
“Apelar para que a partir dos nossos bairros haja sentido de responsabilidade. Sei de que jovens saem de um bairro vão agir em outro bairro com medo de represálias, nos bairros onde são conhecidos, pensando que as pessoas podem ir para casa dessas pessoas”, disse.
Disse igualmente haver registo de casos de indivíduos que assaltam esquadras e tiram armamento.
Citou o exemplo de uma das províncias onde os manifestantes destruíram sistemas de abastecimento de água. Este comportamento prejudica aquela população que se servia daquela fonte de água.
Nyusi, manifestou a disposição para colaborar com aquela organização e outras entidades para o bem do país.
(AIM)
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