
Portagem de Maputo
Maputo, 23 Jan (AIM) – A Trans-Africa Concessions (TRAC), empresa que explora a Estrada Nacional Número (N4), que liga a Maputo a cidade sul-africana de Witbank, tentou hoje (23), sem sucesso, retomar a cobrança das duas portagens instaladas do lado moçambicano.
A retoma das cobranças das portagens enfrentou muita resistência dos motoristas, bem como dos residentes das zonas circunvizinhas, uma parte considerável dos quais era notável que não passavam de adolescentes.
São estes adolescentes que, muitas vezes, são instrumentalizados por pessoas adultas para criar desordem pública. Aliás, alguns adolescentes mal são capazes de justificar a sua presença no local impedindo o trânsito normal de viaturas.
Quando questionados porque razão estavam a impedir o transito limitam-se a dizer “é porque Venâncio Mondlane disse para não haver cobranças”.
Vale lembrar que Venâncio Mondlane é antigo candidato presidencial vencido, das eleições gerais de 09 de Outubro último.
Por isso, grupo de manifestantes acabaram em confrontos com as unidades da polícia destacada para garantir ordem e segurança no local.
Tudo começou nas primeiras horas, quando grupos de manifestantes impediram as cobranças e forçaram os automobilistas a passarem as cancelas sem pagamento.
A Polícia da República de Moçambique (PRM) viu-se forçada a agir, expulsando o grupo de jovens que perturbavam as cobranças. Em resposta, os jovens responderam com a colocação de barricadas para vedar o trânsito definitivamente a N4, junto a Casa Branca, no município da Matola para Maputo, bem como nas proximidades da Central Térmica de Maputo, na linha de separação entre os municípios de Maputo e Matola.
A situação criou um verdadeiro caos, com as autoridades a recorrerem ao uso dos métodos de dispersão de massas para assegurar o normal funcionamento da portagem de Maputo.
Quando a situação esteve minimamente controlada, as viaturas passavam com a escolta, para evitar ataques por partes dos manifestantes, que exigiam a retirada da cobrança da portagem.
Quando a reportagem da AIM se retirou do local, cerca das 13h00, a situação continuava tensa e muito volátil, pois nenhuma das partes queria ceder.
Por receio, as portagens da REVIMO, instaladas ao longo de grande Maputo, zona metropolitana, decidiram não ensaiar cobranças.
A maioria delas, estão com cancelas destruídas, resultados das manifestações que duram pouco mais de três meses, convocadas pelo antigo candidato presidencial vencido, Venâncio Mondlane.
Pessoas ouvidas pela AIM afirmam que não concordam com a retoma do pagamento de taxa de portagem, alegando que que isso “viola as orientações” de Venâncio Mondlane.
“Não vamos pagar portagem, o nosso presidente disse para não pagar a portagem. Não vamos pagar, se eles insistirem vamos queimar a portagem”, disse um condutor de transporte semi-colectivo de passageiros, vulgo “Chapa”.
A TRAC já disse repetidas vezes que o valor das portagens é para a garantir a manutenção da N4, mas os condutores e a população prefere fazer ouvidos de mercador.
(AIM)
PC/sg