Tribunal Penal Internacional
Maputo, 08 Jan (AIM) – A unidade de verificação de factos do Capítulo moçambicano do Instituto de Comunicação Social da África Austral (MISA-Check) considera falsa uma notícia posta a circular desde segunda-feira (6) nas redes sociais alegando que o Tribunal Penal Internacional (TPI) interveio em Moçambique para cancelar o comunicado do Conselho Constitucional (CC) relativo à investidura de Daniel Chapo, secretário-geral da Frelimo, partido no poder, como próximo Presidente da República.
A referida noticia alega que o TPI teria justificado a sua decisão com base nas muitas irregularidades ocorridas durante a realização das VII eleições presidenciais e legislativas e das IV para as assembleias provinciais, todas de 9 de Outubro último no país.
O TPI supostamente afirmou que “o processo foi comprometido por violações flagrantes que tornaram impossível garantir a vontade legítima do povo moçambicano”.
A decisão do TPI também teria supostamente suspenso a investidura de Chapo, marcada para próxima quarta-feira (15) até que investigações mais aprofundadas possam ser realizadas.
O TPI também supostamente pediu uma auditoria independente das eleições moçambicanas.
Entretanto, o MISA-Check investigou as alegações referidas e concluiu que são totalmente falsas.
Aliás, até à data, o TPI não disse absolutamente nada sobre as eleições moçambicanas. Todas as declarações do TPI estão publicadas no seu site oficial e não há registo de quaisquer declarações recentes relativas a Moçambique ou ao CC.
O MISA conclui que “não há qualquer registo de declarações recentes relacionadas a Moçambique ou ao Conselho Constitucional, nem mesmo sobre as alegações”.
Além disso, o MISA consultou os principais órgãos de comunicação social moçambicanos e estrangeiros para verificar se o assunto havia sido noticiado, entretanto, nenhuma fonte credível noticiou as alegações do TPI.
Por isso, acrescenta a nota do MISA, que se trata de “mais um caso de desinformação que visa criar confusão e desestabilizar o contexto político em Moçambique”.
(AIM)
Ac/sg
