Lisboa, 08 Jan (AIM)- O chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, confirmou esta quarta-feira que recebeu uma carta do Presidente cessante de Moçambique, Filipe Nyusi, com o convite para estar presente na tomada de posse do sucessor, Daniel Chapo, marcada para 15 de Janeiro corrente.
Daniel Francisco Chapo, da Frelimo, foi declarado vencedor das presidenciais de 09 de Outubro de 2024 pelo Conselho Constitucional, com 65,17 por cento dos votos.
Em nota publicada na página da Presidência, o presidente da República diz ter recebido cartas do presidente moçambicano, Filipe Nyusi. Na terça-feira (07), o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, disse que estava “em avaliação a eventual ida do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no próximo dia 15, à cerimónia de posse de Daniel Chapo”.
“O Presidente da República recebeu ontem (terça-feira) uma carta do Presidente cessante de Moçambique, convidando para a cerimónia de tomada de posse do seu sucessor”, lê-se na nota.
A nota da presidência portuguesa acrescenta que o chefe de Estado recebeu também uma missiva do candidato presidencial Venâncio Mondlane (apoiado pelo Podemos), “informando que iria regressar” a Maputo esta quinta-feira (09). Venâncio Mondlane, candidato derrotado, está em parte incerta há cerca de três meses.
Questionado pelos jornalistas na última sexta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa não esclareceu se tencionava ir à tomada de posse. Em comunicado emitido a 23 de Dezembro, num momento de grandes tumultos em Maputo, o chefe de Estado português indicou: “Tomei devida nota dos resultados e incentivei ao diálogo”.
A data da posse do novo Presidente moçambicano, o quinto, foi fixada a 2 de Janeiro pelo Conselho Constitucional de Moçambique, depois de em 23 de Dezembro ter proclamado Daniel Chapo como vencedor das eleições de 09 de Outubro
O acto eleitoral foi contestado pela oposição, em particular por Venâncio Mondlane, do Podemos, o segundo candidato mais votado, de acordo com a Comissão Nacional de Eleições (CNE).
Depois das eleições, Mondlane incitou aos protestos violentos nas ruas de várias cidades moçambicanas e acabou por abandonar o país. Os protestos provocaram a morte de centenas e destruição de infra-estrutura públicas e privadas.
(AIM)
DM