Maputo, 10 Jan (AIM) – O Presidente moçambicano cessante, Filipe Nyusi, disse hoje (10) que a redução das assimetrias entre as zonas urbanas e rurais foi a sua maior aposta durante os dois mandatos da sua governação, que termina na próxima semana.
O Chefe de Estado falava em Mueda, província nortenha de Cabo Delgado, onde inaugurou o terminal de passageiros no aeródromo local, no âmbito da sua requalificação para aeroporto.
Em Mueda também entregou casas aos antigos combatentes portadores de deficiência, bem como visitou as obras de construção do Hospital Distrital que, na prática, será uma unidade sanitária regional.
“É real que no dia 15 de Janeiro, quarta-feira, termina o meu último ciclo de governação. É real, isso não há como. Eu já tinha prometido aos moçambicanos que nem um minuto iria transitar. Terminou, combinamos, na Constituição jurei, e vou entregar”, disse Nyusi.
Fazendo uma breve auto-avaliação, vincou que “durante os dez anos, tentei, com enfoque, direccionar a minha acção para a busca de soluções para o bem-estar dos moçambicanos”.
“Sempre procurei reduzir as assimetrias, que continuavam a colocar as zonas rurais atrás do desenvolvimento nacional”, sustentou, reconhecendo não ter sido do agrado de alguns cidadãos, sobretudo das zonas urbanas.
Neste âmbito, Nyusi apontou que o seu foco foi o de materializar a ideia de que o distrito é polo de desenvolvimento, daí que foi apostando na provisão de serviços sociais básicos.
Sendo assim, o seu foco foi o de levar energia, água, bancos, hospitais, estradas para às zonas rurais. “Portanto, essa era a ideia do meu governo nos dois mandatos.”
Sobre a transformação do aeródromo de Mueda para aeroporto, Nyusi disse que isso representa a visão estratégica do governo de Moçambique para o desenvolvimento do país de forma harmoniosa, que preconiza a existência de infra-estruturas adequadas à logística de livre circulação de pessoas e bens ao longo de todo o país.
“Para um país se tornar competitivo necessita de transportar, de forma célere, passageiros e mercadorias de um ponto para outro”, anotou.
Segundo o estadista, o facto de Mueda se situar na região da bacia do Rovuma, onde estão em curso grandes investimentos em torno da indústria de petróleo e gás, torna as infra-estruturas de suporte relevantes, “como alternativa segura para alargarem a rede de transportes, facilitando o acesso e investimentos na província de Cabo Delgado.”
Para além do terminal de passageiros, a primeira fase do projecto de requalificação, concluída em Junho de 2024, consistiu no alargamento e resselagem da pista de aterragem e uma placa de estacionamento, vedação, vala de drenagem e melhoramento acessos, bem como iluminação da pista de aterragem e da placa, para operações nocturnas, entre outras intervenções.
A terceira fase contará com mais infra-estruturas de apoio, ora em construção, nomeadamente torre de controlo, quartel de bombeiros e hangar.
Segundo o Ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, o projecto de requalificação do aeródromo de Mueda está orçado em 125 milhões de meticais (cerca de 1,96 milhão de dólares).
(AIM)
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