
porta-voz do Comando Geral da PRM, Orlando Mudumane
Maputo, 12 Dez (AIM) – O Comando Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM) apresentou, hoje (12), em Maputo, seis ex-guerrilheiros da Renamo, o maior partido da oposição, acusados de tentar sabotar as cerimónias de tomada de posse dos deputados da Assembleia da República (AR) e do Presidente da República eleito, Daniel Chapo.
As cerimónias terão lugar a 13 e 15, respectivamente, do mês corrente em Maputo.
Segundo o porta-voz do Comando Geral da PRM, Orlando Mudumane, os suspeitos foram detidos no distrito de Marracuene, província meridional de Maputo.
Segundo Mudumane, os suspeitos terão sido seleccionados, mobilizados e pagos pelo cidadão Venâncio Mondlane e seus apoiantes para protagonizarem acções subversivas e inviabilizar cerimónias de tomada de posse dos deputados da AR e investidura do Presidente da República eleito, Daniel Francisco Chapo”, disse Mudumane.
Explicou que a detenção surge no âmbito das acções operativas que estão sendo levadas a cabo, no sentido de garantir a ordem e segurança públicas no país, durante as cerimónias referidas.
Informou que as FDS constatam com preocupação o recrudescimento de incitamento ao vandalismo, sabotagem e bloqueio das vias rodoviárias, actos que poderão perturbar a paz, ordem e segurança públicas, livre circulação de pessoas e bens no país
“Apela-se vigorosamente a todos cidadãos para se abastecerem de tais actos e estarem atentos e vigilantes, pois circula muita desinformação com o objectivo de manipular, instrumentalizar as mentes, fomentar conflitos e caos no país”, disse o porta-voz do Comando Geral da PRM.
Entretanto, num breve contacto estabelecido com a imprensa, os suspeitos repudiam as acusações e afirmam que são simplesmente membros do PODEMOS e vieram a Maputo, apenas para receber Venâncio Mondlane.
“Eu sou Agostinho Alberto, venho de Morrumbala, vim a Maputo, para receber Venâncio Mondlane, sou membro do PODEMOS”, disse.
Alberto refuta ter recebido dinheiro de Venâncio Mondlane, porque ele estava ausente, mas foi um dos membros do seu partido ao nível de Maputo, que transferiu o valor da compra de bilhete de passagem de autocarro de vinda e quando foi detido aguardava a transferência do valor de regresso.
“Eu sou de Tete, vim aqui receber o senhor Mondlane. Mandaram dinheiro para a gente subir o machibombo, porque lá é muito long. Saímos dia 7 e chegamos dia 9 no terminal de Maputo. Por isso, mesmo no aeroporto não chegamos porque já estava a chover,”, disse.
Questionado se trazia consigo arma de fogo, respondeu “se vasculharem as nossas malas só têm roupa”, disse Charles Dalama.
Outro detido é Carlos Ntchica, com a patente de Tenente Coronel, desmobilizado em 1994, proveniente da Gurué, na província da Zambézia. Ntchica. Disse que é antigo membro da Renamo, mas face a turbulência que se verifica no partido, decidiu juntar-se ao PODEMOS.
“Ali não temos armas. Viemos aqui apenas para receber Venâncio, quando nos encontraram lá não havia nada, só houve chamboco, não houve entrevista”, disse.
Questionado se vinha a Maputo, para ser vacinado (a prova de bala) para orientar outros membros que se encontram em Maputo, respondeu: ” Vacinado não, essa parte de vacinação não, não conhecemos essa coisa de Naparamas, até no Gurué não existe essa coisa “, disse Ntchica, um dos detidos.
(AIM)
MR/sg