
Maputo, 12 Jan (AIM) – O porta-voz da Renamo, Marcial Macome, anunciou hoje, (12) em Maputo, que a sua formação política não irá participar na investidura dos deputados da Assembleia da República (AR), cuja cerimónia terá segunda-feira. O parlamento moçambicano,
“Foi fixada uma data para a tomada de posse, o dia 13 Janeiro de 2025. Porém, o partido Renamo entende que esta cerimónia está desprovida de qualquer valor solene, pois constitui ultraje social à vontade dos moçambicanos, pelo que não fará parte desta cerimónia de tomada de posse”, disse Macome.
O porta-voz falava em conferência de imprensa minutos após o término da VI Sessão Ordinária da Comissão Política Nacional da Renamo, que tinha por objectivo discutir questões sociais, políticas e económicas do país face ao contexto actual.
“A Renamo, neste momento, diz que não vai tomar posse. O Presidente do partido Renamo no seu último pronunciamento teria dito que não reconhece nenhum Presidente que tenha saído destes resultados eleitorais”, disse Macome.
Referiu que a Comissão Política Nacional da Renamo foi informada sobre o rumo do diálogo político que decorre na Presidência da República, que inclui o estadista moçambicano, Filipe Nyusi, e os partidos políticos com assentos na próxima Assembleia da República.
A Comissão Política orientou o seu presidente, Ossufo Momade, a colocar na mesa de diálogo, questões da reforma estrutural para o bem dos moçambicanos.
Durante o evento, os participantes também analisaram questões relativas ao processo eleitoral e o acórdão do Conselho Constitucional (CC) sobre o escrutínio de 9 de Outubro último.
Sobre o acórdão do CC, que proclama a vitória de Daniel Chapo, como presidente eleito, a Renamo diz que se trata de um acórdão administrativo e não espelha a vontade do povo. Por isso, entende ser necessário a realização de eleições livres, justas, transparentes e não eleições administrativas.
A fonte diz igualmente que o seu partido manifesta a sua solidariedade com as famílias que perderam os seus entes queridos durante os protestos pós-eleitorais e defende manifestações pacíficas.
Ressalvou que, desde o início, a sua formação política apresentou o seu posicionamento em relação aos resultados eleitorais. Por isso, a entende que a melhor via para ultrapassar os diferendos eleitorais, passa pela anulação dos resultados.
“Não faz sentido que se aproprie de assentos administrativos, nessa cerimónia de tomada de posse amanhã, o partido Renamo exorta a todos moçambicanos a usarem todos meios possíveis pacíficos para que a justiça seja reposta”, sublinhou.
Refira-se que para além da Renamo, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), anunciou igualmente que não tenciona participar na investidura dos deputados da AR.
Já, o partido ” Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique “(PODEMOS), defende à sua participação na investidura e nos debates da chamada casa do povo.
(AIM)
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