
Presidente da Associação dos Enfermeiros de Moçambique (ANEMO), Raul Piloto, falando na conferência de imprensa. Foto de Carlos Júnior
Maputo, 29 Jan (AIM) – O presidente da Associação Nacional dos Enfermeiros de Moçambique (ANEMO), Raul Piloto, anunciou hoje (29), a suspensão da greve geral dos agentes e funcionários do Estado, em particular dos profissionais de saúde, a partir desta quarta-feira até 28 de Fevereiro próximo.
A suspensão foi decorrente da garantia do pagamento de 50 por cento do 13° salário para funcionários e 100 por cento para os pensionistas em Fevereiro próximo, conforme anunciado terça-feira (28) pelo porta-voz do Conselho de Ministros e Ministro da Administração Estatal e Função Pública, Inocêncio Impissa.
A decisão foi avançada hoje, em Maputo, pelo Presidente da ANEMO, Raul Piloto, em conferência de imprensa, durante a qual fez referência ao corte de salário dos profissionais ausentes durante a paralisação.
“Embora a nossa posição inicial fosse retomar as actividades somente após a quitação dos pagamentos, optamos por, em um gesto de sensibilidade e boa-fé, restabelecer a confiança de que o governo cumprirá sua palavra”, disse Piloto, que também falava em representação do Sindicato Nacional da Função Pública (SINAFP).
Acrescentou que “Esperamos que o governo também actue de boa-fé, anulando as faltas por ausência física e evitando possíveis perseguições, acções que comprometem o bom ambiente de trabalho. Comprometemo-nos a denunciar casos de género e aguardamos uma resposta adequada por parte do governo”.
Os membros do sindicato pedem ao governo para que seja mais aberto ao diálogo e que nenhum colega tenha seu salário descontado em virtude da greve, uma vez que essa foi uma das razões que motivaram a paralisação e esperam um desfecho positivo para esta situação.
Raul Piloto disse que os funcionários a princípio não estão satisfeitos com o pagamento de apenas 50 por cento do 13°. Contudo, aceitam o valor porque conhecem a situação financeira actual do país. Por isso, em algum momento ponderaram, concordaram em aceitar essa percentagem.
A fonte advertiu que em caso de incumprimento vão retomar a greve. “O nosso objectivo nunca foi a greve, mas em algum momento nós vemos isso como um mecanismo de reivindicar para que os nossos direitos sejam observados”, avançou.
“Conhecemos o nosso sistema de saúde que tem as suas dificuldades mesmo em funcionamento normal e vimos que durante essas manifestações a situação esteve péssima. Foi por isso que nos fez voltar atrás, trabalhar para atender o povo”, disse.
A paralisação nacional das actividades pelos agentes e funcionários do Estado por tempo indeterminado que teve início a 20 de Janeiro corrente e sua suspensão hoje (29), foi convocada pela Associação Nacional dos Enfermeiros de Moçambique (ANEMO), Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM), a Associação dos Professores Unidos (APU) e o Sindicato Nacional da Função Pública (SINAFP).
(AIM)
FG/sg