
Governador da província de Nampula, Eduardo Abdula (esquerda), interage com a população afectada pelo ciclone Dikeledi no distrito de Mossuril
Mossuril (Moçambique), 29 Jan (AIM) – O governador de Nampula, Eduardo Abdula, instruiu as suas equipas de trabalho para a reposição urgente dos serviços básicos, particularmente electricidade, água e saúde, no posto administrativo de Mossuril, que foi o ponto de entrada, naquela província do norte de Moçambique, a 13 de Janeiro corrente, do ciclone tropical intenso “Dikeledi”.
Abdula realizou, nesta terça-feira (28), uma visita ao distrito costeiro de Mossuril onde a sede do posto administrativo de Matibane apresenta elevado nível de destruição de infra-estruturas como o centro de saúde, escolas, e a respectiva secretaria administrativa.
Dados partilhados pelo administrador de Mossuril, Alfredo Machaeie, relatam a destruição de 25 mil habitações, afectando 62 mil pessoas, 12 centros de saúde, 299 salas de aula total, sendo 190 total e 109 parcialmente.
Perante este cenário desolador, o governador orientou o Instituto Nacional de Gestão do Risco de Desastres, (INGD) para prestar assistência imediata aos afectados além de insistir para a reposição, o quanto antes, da corrente eléctrica e abastecimento de agua potável.
Interagindo com dezenas de residentes no posto de Matibane, localizado à beira-mar e responsável pelo abastecimento de pescado diverso aos mercados próximos como os dois distritos de Nacala, Eduardo Abdula prometeu que tudo será feito para aliviar a aflição dos afectados.
Aliás, na semana passada, o governante lançou um apelo de ajuda, prontamente atendido por um grupo de empresários locais que disponibilizaram 60 toneladas de bens diversos entre alimentares, de abrigo e materiais de construção.
“Viemos ver como estão depois da passagem do ciclone e vimos como a destruição, o INGD vai começar a prestar assistência a todos de forma organizada, por isso pedimos a vossa paciência”, afirmou.
Na ocasião a delegada do INGD na província de Nampula, Anacleta Botão, garantiu que bens essenciais começaram a ser entregues, também por parceiros, destacadamente kits de abrigo, uma vez que a maior preocupação se prende com as pessoas cujas casas desabaram ou sofreram danos severos.
Já na vila sede de Mossuril, o governador foi informado de que pelos menos 25.512 clientes da EDM ficaram sem energia, entretanto já com o serviço reposto faltando apenas 2.306 cujas operações ainda decorrem.
Ao longo do dia, desta terça-feira, o governador visitou diferentes locais e aldeias, sendo que em Namitatar dialogou com alguns populares que apresentaram preocupações sobre os moldes de distribuição dos apoios.
Na altura Abdula, comprometeu-se que tudo será feito de forma transparente pelas autoridades locais, INGD e parceiros.
“A ajuda será distribuída de forma transparente, está aqui o administrador e o INGD. Sabemos que há preocupações, mas tudo está a ser feito para que a ajuda seja entregue a quem foi afectado e dela necessita”, sossegou.
Nesta quarta-feira Eduardo Abdula, que convidou membros da Assembleia Provincial dos quatro partidos que a integram, Frelimo, PODEMOS, Renamo e MDM, visita a histórica Ilha de Moçambique, património cultural da Humanidade pela UNESCO, desde 1991.
Segundo dados do INGD, na Ilha de Moçambique foram afectadas 14.466 pessoas, e a AIM, constatou no terreno a destruição de escolas, das quais uma ficou sem tecto, centros de saúde e habitações dos residentes.
No seu conjunto, de acordo com o INGD, o ciclone tropical intenso “Dikeledi”, afectou 80.780 pessoas em toda a província.
(AIM)
Rosa Inguane/sg