
Equipamento da Electricidade de Moçambique (EDM) destruído pela passagem do ciclone “Chido” em Cabo Delgado e Nampula. Imagem EDM
Maputo, 23 Fev (AIM) – O Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) continua a mobilizar parceiros para garantir assistência nos distritos afectados pelos ciclones Chido e Dikeledi, a nível da província de Nampula, norte de Moçambique.
“Continuamos a fazer intervenções e os parceiros mobilizados já estão a preparar-se para fazer a cobertura nos distritos afectados pelo ciclone Chido, onde não tínhamos condições de trabalhar”, disse a delegada provincial do INGD em Nampula, Anacleta Botão.
Paralelamente, o INGD está a levar a cabo acções de levantamento pormenorizado das infraestruturas danificadas após a passagem dos ciclones Chido e Dikeledi, para permitir maior possibilidade de resposta ao impacto provocado.
Os ciclones destruíram cerca de dois mil postos de energia, afectaram total ou parcialmente 80 mil casas, bem como aquedutos e outras infraestruturas públicas e privadas.
Em resposta ao ciclone Dikeledi foram abertos dez centros de acomodação que já foram encerrados após a entrega de um “kit” de assistência básica às famílias que regressaram às suas casas.
“Infelizmente não foi possível completar o nosso serviço humanitário em Memba, Eráti, Mossuril, Ilha de Moçambique, Angoche, Monapo, Nacala Porto e outros distritos”, disse a fonte, falando este sábado num programa radiofónico da RM.
O INGD implementou acções estratégicas para a rápida intervenção aquando da passagem do ciclone Dikeledi.
Após a evacuação da população para zonas seguras, o INGD criou, capacitou e equipou 307 comités locais de gestão de riscos e desastres.
Os comitês em referência funcionam como braço operativo do Governo dentro das comunidades.
Cada comité era composto por 18 pessoas, entre mulheres e homens, treinadas para o efeito.
São estas equipas que foram distribuídas para a monitoria e acompanhamento das necessidades no terreno.
Desde então, o INGD está a prestar assistência contínua aos afectados pelo ciclone Dikeledi em número de 80.780 famílias e pelo ciclone Chido (34.891 famílias).
Enquanto isso, o sector das Obras Públicas, a nível de Nampula, precisa de cerca de 17 milhões de meticais (o dólar equivale a 64 meticais) para a reconstrução de 66 escolas destruídas no distrito de Mossuril, que representam 205 salas de aula.
Na Ilha de Moçambique, o ciclone Dikeledi afectou grandemente o sistema de abastecimento de água, mas houve uma resposta rápida por parte de parceiros para o seu restabelecimento imediato, com destaque para o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
No sector de Obras Públicas, os prejuízos já estão quantificados, aguardando-se pelos parceiros para a sua reconstrução.
Neste momento está a decorrer um levantamento exaustivo para aferir como pode ser feita a intervenção.
As estradas foram igualmente afectadas pelos dois ciclones, tornando-se algumas intransitáveis e outras com trânsito condicionado.
“Estou ciente de que os fundos nunca são suficientes para eventos desta natureza. Temos empreiteiros para intervenção de casos menos complexos, para garantir a circulação de pessoas e bens, embora com alguma precariedade”, disse, por sua vez, o delegado provincial da Administração Nacional de Estradas em Nampula (ANE), Mateus Espírito Santo.
(AIM)
NL/mz