
Impacto do ciclone Chido na provincia de Cabo Delgado. Imagem Unicef
Maputo, 22 Fev (AIM) – A província de Cabo Delgado continua a efectuar o levantamento das necessidades para a reconstrução das infra-estruturas públicas e privadas destruídas pelos ciclones Chido e Dikeledi, que assolaram o norte de Moçambique em Dezembro (2024) e Janeiro do corrente ano, respectivamente.
A acção vai permitir a realização de um plano concreto para a reconstrução por exemplo do distrito de Mecufi severamente fustigado pelo ciclone Chido.
Equipas multissectoriais estão no terreno a fazer o levantamento dos danos e apurar as reais necessidades para reerguer o distrito.
O administrador de Mecufi, Fernando Neves, disse não poder precisar o valor necessário a ser investido para a reconstrução das infraestruturas destruídas pelos ciclones Chido e Kennedy, mas assegurou que apesar da destruição os serviços básicos estão a funcionar normalmente.
O ciclone Chido afectou nove distritos e um total de 54.200 famílias, o correspondente a 277.382 pessoas. o mesmo ciclone causou a morte de 108 pessoas e ferimentos a 840.
“Neste momento, a província de Cabo Delgado encontra-se em fase de recuperação, e a população vai se reerguendo com apoio do Estado, principalmente no distrito de Mecufi, onde toda a população foi severamente afectada pelo ciclone Chido”, explicou, citado pela Rádio Moçambique.
Disse ainda que estão a ser criadas sinergias pelo Governo e parceiros para a recuperação dos distritos severamente afectados, nomeadamente Mecufi, Metuge e Chiúre.
O Governo tem um programa de reordenamento territorial dos distritos.
A falta de ordenamento territorial constitui o principal factor que contribuiu negativamente para a grande destruição das infraestruturas públicas e privadas em caso de intempéries.
Por sua vez, o director provincial de educação em Cabo Delgado, Ivaldo Quincardete, apontou a destruição de 1419 salas de aula.
“Tivemos oito distritos afectados, tendo sido destruídas salas de aula em Chiúre (575), Namuno (282), Pemba (155), Metuge (140) e Mecufi (124), bem como 166 blocos administrativos, 512 sanitários e 92 residências”, anotou.
Aquando do ciclone Kennedy, em 2019, a província perdeu 510 salas mas a sua reconstrução ainda não terminou.
Por outro lado, o terrorismo que assola a província, desde 2017, foi também responsável pela destruição de 400 salas de aula.
Quanto ao sector da indústria e comércio, o chefe do departamento da direcção provincial da Indústria e Comércio, Nelson Joaquim, afirmou que mais de 700 estabelecimentos comerciais foram afectados pelo ciclone Chido, sendo 643 do ramo comercial e 120 unidades industriais.
O impacto negativo dos ciclones ditou o encerramento temporário de 39 unidades industriais que só se reergueram através de fundos próprios, exemplo da fábrica de cimento de Cabo Delgado, que teve um prejuízo de 200 milhões de meticais (o dólar equivale a cerca de 64 meticais).
Outro exemplo é a fábrica de processamento de caju, em Chiúre, que teve um prejuízo de 36 milhões de meticais, mas, apesar destes prejuízos, está em pleno funcionamento.
Relativamente ao sector do comércio, os prejuízos elevados condicionaram o pagamento de salários e impostos.
(AIM)
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