
Maputo, 31 Jan (AIM) – O Instituto Nacional de Saúde (INS) tranquiliza e garante que o surto do vírus de Marburg não constitui perigo para Moçambique, mas para prevenir está em curso uma activa vigilância epidemiológica.
A informação foi avançada hoje (31), em Maputo, pelo director-geral do Instituto Nacional de Saúde (INS), Eduardo Samo Gudo, em conferência de imprensa sobre a situação epidemiológica do país, a situação do vírus de Marburg na região e os possíveis riscos para Moçambique.
Em relação à prontidão do país para responder a novas ameaças de saúde pública, o INS observa que o surto das febres hemorrágicas em alguns países vizinhos também não constitui uma ameaça para Moçambique.
“Ao nível regional, ao nível nacional e ao nível internacional, o risco de dispersão desta doença é baixo pelo facto de o Ministério de Saúde, o África CDC e a Organização Mundial da Saúde (OMS) estarem a tomar todas as medidas necessárias com vista a assegurar que este surto seja contido em Kagera, que é na região rural localizada no norte da Tanzânia”, disse Samo Gudo.
Vincou que, “e isto é fundamental para o nosso país, para a região e para o mundo porque se tivermos sucesso no controle do surto em Kagera, podemos dizer que teremos sucesso no controle deste surto. Isso é importante porque recentemente tivemos um surto similar no Ruanda que conseguiu controlar.
Referiu que o país já activou o sistema de alerta para doenças febris hemorrágicas.
“Como tem sido reportado em outros países, com o risco de ocorrer em Moçambique, nós nos antecipamos com vista a assegurar que o nosso país tenha antevisão e preparação para responder a essas ameaças”, avançou.
“Queremos destacar que a antevisão dos riscos e a tomada de medidas antecipadas é a forma mais eficiente de prontidão, prevenção e preparação para responder a estas ameaças internas e externas do ponto de vista de doenças que nós chamamos de ameaça de saúde pública”, acrescentou.
Sobre a febre hemorrágica, denominada Marburg, que já afecta países de África, como Tanzânia, o INS diz não haver casos suspeitos no país e garante ter capacidade de testagem da doença, mas apela ao reforço das medidas de prevenção.
“Como parte da prontidão laboratorial, no nosso país para esta situação diversas acções estão em curso. Estamos a realizar acções de preparação dos nossos clínicos, das nossas unidades sanitárias, em caso de ocorrência de pacientes com sintomas sugestivos e acções de comunicação e de risco”, disse.
“Isto que estamos a fazer hoje faz parte das acções que nós temos desencadeado, que é manter a nossa sociedade informada em relação ao risco da potencial ocorrência de febres hemorrágicas no nosso país”, acrescentou.
O Marburg é um vírus que mata. Causa febre hemorrágica que se transmite através do contacto com objectos ou pessoas infectadas.
À semelhança do ébola, o Marburg provoca hemorragias repentinas e pode causar a morte em poucos dias. Tem um período de incubação que varia de dois a 21 dias.
O nome Marburg surge do facto de o vírus ter sido detectado na cidade alemã de Marburg. Ainda não existe vacina ou tratamento específico para a doença.
(AIM)
Fernanda da Gama (FG)