Maputo, 04 Fev (AIM) – O governo autorizou três empresas do sector empresarial do Estado a comprar 91 por cento das acções, estimadas em 130 milhões de dólares, da empresa Linhas Aéreas de Moçambique (LAM).
Trata-se da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) e Empresa Moçambicana de Seguros (EMOSE) que, por negociação particular, adquirem a participação do Estado na LAM.
Com o valor, o governo pretende adquirir oito aviões e reestruturar a LAM.
O facto foi avançado hoje (5) em Maputo, pelo porta-voz do Conselho de Ministros, Inocêncio Impissa, que falava no habitual briefing à imprensa, minutos após o fim da 3ª sessão ordinária.
“O que se prevê é que estas empresas, porque têm autonomia e têm a característica, naturalmente, de empresas que concorrem com o privado, a expectativa que se tem é que elas utilizem regras de gestão de empresas de carácter internacional”, disse Impissa, que também é ministro da Administração Estatal e Função Pública.
Com os parâmetros internacionais a serem aplicados pelas três empresas na gestão da LAM, “julgamos que os próprios accionistas poderão não só ter o maior controlo do dinheiro que vão gastar, mas também que possam aplicar as regras de ‘compliance’ (conformidade), para que possam acompanhar a vida normal da empresa”.
Impissa explicou que as três empresas, sendo estatais, têm o dever de prestar informações ao governo para perceber até que ponto o seu sector empresarial estará a conseguir alcançar “os resultados que se deseja como país”.
Nos últimos 10 anos, a LAM, que chegou a operar com apenas dois aviões, tem sido abalada por crise financeira que envolve corrupção praticada por trabalhadores durante a aquisição dos serviços para a empresa, tendo registado dívidas para com os fornecedores, avaliada em mais de 230 milhões de dólares.
Na mesma sessão, o Conselho de Ministros efectuou o balanço da cerimónia de abertura do ano lectivo 2025 e o ponto de situação da distribuição do livro escolar.
Relativamente à distribuição do livro escolar, Impissa assegurou já terem sido distribuídos cerca de 12 milhões de livros, de um total de 13 milhões necessários para o ano lectivo em curso.
Em 2024, dezenas de escolas primárias do país terminaram o ano lectivo sem o livro escolar, o que impediu alguns alunos de acompanharem as aulas com o livro escolar de distribuição gratuita.
(AIM)
ac