
Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, visita Academia Aga Khan em Maputo. Imagem Otto Evandson / AKDN
Lisboa, 05 Fev (AIM)- O chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou nesta terça-feira (04) a morte do príncipe Aga Khan, a quem elogiou pelo trabalho social e lembrou como “figura notável de uma fé aberta ao mundo”, incluindo África, e “bom amigo de Portugal”.
O líder espiritual dos muçulmanos xiitas ismaelitas, fundador e presidente da Rede Aga Khan para o Desenvolvimento (AKDN) morreu esta terça-feira, aos 88 anos. Moçambique é um dos países de África onde a Rede Aga Khan tem investimentos, incluindo na área da educação.
No site da instituição, a rede Aga Khan para o Desenvolvimento diz que o líder religioso morreu “cercado por sua família” em Lisboa. O príncipe foi o fundador e foi o presidente da Rede Aga Khan para o Desenvolvimento.
Em nota publicada no site oficial da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que está na República Tcheca em visita oficial, manifestou “profundo pesar” pela morte do príncipe Aga Khan
Nesta mensagem escrita, o chefe de Estado português apresentou “sentidas e muito amigas condolências aos muçulmanos ismailis e a todos os que se sentem inspirados pela figura do príncipe Aga Khan”.
“O príncipe Karim Al-Husseini, que o presidente Marcelo Rebelo de Sousa teve a honra de conhecer bem, foi um bom amigo de Portugal. Marcou sua vida por um trabalho incansável em prol da elevação da dignidade humana e da protecção dos mais desfavorecidos”, diz o texto.
Segundo o Presidente da República, sob a sua liderança, a Rede Aga Khan promoveu “um trabalho extraordinário e multifacetado, dando desde há décadas um contributo fundamental para o desenvolvimento humano a nível global, trazendo melhorias tangíveis às condições sociais de milhares e milhares de pessoas em diversos continentes”.
Marcelo Rebelo de Sousa recordou Aga Khan como “figura notável de uma fé aberta ao mundo, sob o signo da tolerância no profundo respeito pelo outro” e considerou que foi “igualmente notável o seu trabalho de apoio à cultura, às artes e à educação”.
Na nota, diz-se que, “com o acordo da criação da sede do Imamat Ismaili em Portugal em 2015, a relação já estreita com a comunidade ismaelita aprofundou-se, em benefício da sociedade portuguesa e de uma cada vez mais bem-sucedida integração daquela comunidade em Portugal”.
“Inesquecível foi o Jubileu de Diamante, em 2018, que trouxe a Lisboa cerca de 50 mil fiéis, no qual interveio o presidente da República Portuguesa”, acrescenta-se.
Shah Karim Al-Hussaini, príncipe Aga Khan, 49º imam hereditário dos muçulmanos ismaelitas, nasceu na Suíça, cresceu e estudou no Quénia e nos Estados Unidos da América, com ligações com o Canadá, Irã e França, e nos últimos anos também com Portugal.
Desde 2015, o Imamat Ismaili, entidade supranacional liderada p
elo príncipe Aga Khan, passou a ter sua sede mundial em Lisboa.
Shah Karim al Hussaini assumiu funções como Aga Khan IV com apenas 20 anos, num mandato iniciado em 1957 após a morte do pai, Sultan Mahomed Shah (Aga Khan III). Era desde então o líder dos muçulmanos xiitas ismailis, uma minoria religiosa com cerca de 15 milhões de seguidores em todo o mundo.
(AIM)
DM/sg