
Ministro do Interior, Paulo Chachine, falando em conferência de imprensa. Foto de Carlos Júnior
Maputo, 19 Mar (AIM) – O ministro do Interior, Paulo Chachine, nomeou hoje (19), novos directores do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) e chefes a nível central e provincial, a quem incumbiu a missão de imprimir um maior dinamismo na prevenção, combate e investigação do crime organizado e transnacional, sobretudo os crimes de rapto que estão a cristalizar cada vez mais o sentimento de insegurança e impunidade em Moçambique.
“O crime de rapto tem vindo a desafiar a vossa capacidade de investigação e, nos últimos tempos, constitui uma grande preocupação para todos devido às suas consequências, particularmente nas famílias e na economia do país”, disse Chachine durante o evento.
Aos empossados disse estar ciente do momento desafiante no qual o país se encontra, caracterizado por actos de desordem pública, com total desrespeito aos direitos e liberdades fundamentais de terceiros, aos quais, configuram diversos tipos de crime, incluindo injúrias a homicídios, incêndios, danos de bens móveis e imóveis, entre outros.
“Queremos reiterar a nossa condenação a estes actos, que apenas contribuem para o atraso no desenvolvimento das famílias e do país, assim como retrai investimentos e colocam em causa a ordem, segurança e tranquilidade públicas. Também, lembrar aos actores da desordem pública que a responsabilidade criminal é individual e intransmissível, sendo que a justiça pode tardar, mas não falha”, disse.
Para a superação destes desafios, disse ser necessária uma melhor organização de trabalho e articulação intra e intersectorial com as comunidades, importante fonte de informação.
Disse ser urgente a adopção de medidas mais vigorosas na luta contra o branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo e crimes conexos, através da aplicação escrupulosa das técnicas especiais de investigação e outros mecanismos modernos de luta contra o crime organizado e transnacional.
Exigiu ao SERNIC uma actuação robusta e inteligente, por forma a fazer face à multiplicidade de actores e dos modus operandi, associado ao uso ilícito das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) e das tecnologias financeiras para a prática de crimes e a constante maleabilidade das redes e sindicatos de crime organizado.
“Estes desafios também devem ser superados com um SERNIC comprometido e audaz, que coloca em primeiro lugar os interesses de uma organização assente na disciplina e isenta de corrupção e actos conexos e, capaz de impulsionar as mudanças que ansiamos”, afirmou.
Dirigindo-se mais uma vez aos empossados, disse contar com estes para que façam a diferença e coloquem ao serviço do povo, “todos os vossos conhecimentos na investigação criminal, pela busca da verdade material, exercendo os vossos direitos, se as circunstâncias exigirem, o que vai contribuir para estimular os vossos colaboradores a serem criativos, certos de que os resultados virão”.
Lembrou ao SERNIC, a necessidade de acelerar a apresentação do Projecto de Criação da Unidade de Prevenção e Combate do Crime Organizado e Transnacional, actividade que faz parte dos primeiros 100 dias de governação.
Chachine enalteceu o gesto das comunidades de Jonasse e Boane, da província de Maputo, que contribuíram para a reabilitação de duas subunidades da Polícia da República de Moçambique (PRM), saqueadas e queimadas durante as manifestações pós-eleitorais. “Estes dois gestos representam o reconhecimento da importância da presença policial nas comunidades para a segurança das mesmas”.
À população, Chachine apelou a necessidade de denunciar todo e qualquer acto que atente contra a sua integridade e promova a destruição de bens públicos e privados.
(AIM)
NL/sg