
Workshop de Validação das Qualificações do Ensino Superior. Foto de Carlos Júnior
Maputo, 27 Mar (AIM) – O Ministério da Educação e Cultura (MEC) poderá rever os critérios para admissão no ensino superior para assegurar que os candidatos admitidos tenham competências mínimas.
A medida visa reverter a situação actual que, em alguns casos, são admitidos às universidades privadas candidatos com notas inferiores a seis valores, desde que sejam a nota mais alta independentemente de ser ou não uma nota negativa [abaixo de 10 valores].
“Temos que ter uma nota mais alta a partir de uma positiva. Portanto, nós podemos dizer, estamos a falar das notas mais altas, sendo a mínima, por exemplo 10” disse a ministra Samaria dos Anjos Tovela, à margem da abertura do “workshop” de validação das qualificações dom ensino superior, na manhã desta quinta-feira (27), em Maputo.
Tovela afirmou que ao se admitir candidatos com notas inferiores a 10 valores não se está a primar pela qualidade que se deseja que os graduados tenham depois da formação e correspondam aos anseios do mercado de emprego.
“Ao entrar com um nível muito baixo, não é possível conseguir acompanhar e aperfeiçoar e desenvolver habilidades que permitam, efectivamente, operar profissionalmente. Então, esse é que é o nosso desafio”, anotou.
A governante reconheceu que os problemas do sector que dirige existem em todos os subsistemas de educação, por isso “o objectivo agora é fazermos o alinhamento, revermos e, rapidamente, podermos avançar com alguma solidez”.
Sobre o evento, Tovela diz que a harmonização das qualificações nas Instituições de Ensino Superior no país vai garantir a mobilidade de professores e alunos para qualquer canto do mundo, pois, segundo aclarou, as qualificações a serem aprovadas estão em conformidades com as da região [SADC], do continente e do mundo.
“O objectivo, essencialmente, é garantir a mobilidade para que qualquer professor daqui possa operar em qualquer sítio que seja. Possa sair e, efectivamente, operar em qualquer sítio que seja. O nosso aluno possa ter mobilidade. O aluno de lá possa vir para aqui e enquadrar-se dentro daquilo que é o nosso subsistema do ensino superior”, disse.
Já a presidente do Centro Nacional de Avaliação de Qualidade do Ensino Superior (CNAQ), Maria Chicote, disse que a aprovação hoje (27) das 14 das 19 qualificações vai permitir a harmonização dos currículos das diferentes instituições de ensino superior no país tendo como foco os resultados e não o programa curricular.
Explicou que a base curricular das qualificações será de 70 por cento do programa de aprendizagem será comum a todas as universidades e 30 por cento será da responsabilidade das universidades, significando que as universidades, dentro das suas competências, especificidades, missão e necessidades, poderão incluir outros conteúdos fora dos 70 por cento do padronizado.
“Determinamos, em consenso, com as universidades a percentagem de 70 por cento de uma base comum, que é para possibilitar a comparação das competências desses novos graduados”, disse.
Explicou ainda que “desenhamos essas qualificações também em harmonia com as ordens socioprofissionais, a ordem dos engenheiros e as demais ordens, porque são as ordens que estão em actuação no mercado de trabalho que nos dizem quais são as competências”.
Acrescentou que o desafio do CNAQ foi de integrar competências transversais como a digitalização, pois, todo o graduado, independentemente de ser ou não de Ciências da Computação, tem que estar munido de competências digitais e competências verdes para responder às questões ambientais, mudanças climáticas e energias renováveis.
(AIM)
SNN/sg