
Maputo, 31 Mar (AIM) – Um estudo realizado por um consultor na província meridional de Inhambane reporta que, nos últimos anos, foram registados mais de 800 casos de uniões prematuras, algo que preocupa o Conselho Executivo Provincial.
Segundo o estudo, os distritos de Funhalouro, Govuro e Jangamo foram apresentados como os que apresentam o maior número de casos de uniões prematuras.
A informação foi avançada hoje, na província de Inhambane pela directora provincial de Género, Criança e Acção Social em Inhambane, Dulia David no âmbito do lançamento do Plano Estratégico de Prevenção e Combate às Uniões Prematuras, orçado em mais de 30 milhões de meticais (cerca de 470 mil dólares).
Segundo a Rádio Moçambique, emissora nacional, o plano será implementado ao longo dos próximos 10 anos e tem como orçamento indicativo pouco mais de 33 milhões de meticais.
Dulia David referiu que o objectivo do plano é a erradicação de uniões prematuras nos próximos 10 anos.
“Nós achamos que um dos aspectos fundamentais para que este mal se acabe é a coordenação intersectorial, com organizações governamentais, organizações não-governamentais, parceiros que actuam nesta componente, autoridades comunitárias sobretudo têm um papel fundamental, e também as famílias porque é onde ocorrem estas práticas”, disse.
Por isso, disse a fonte “achamos que uma das grandes acções será potenciar esta coordenação de casos de raparigas em uniões prematuras com a família directa desta rapariga e com o violador, obviamente, para que esta rapariga retorne à família”.
A directora provincial de Género, Criança e Acção Social de Inhambane salientou ser um trabalho que está a acontecer e continuará acontecendo para que, até 2034, todas as raparigas que estão nesta situação possam ser resgatadas.
Vale lembrar que pelo menos 2.259 vítimas de uniões prematuras foram recuperadas e retornaram às suas famílias, desde 2020 até Dezembro de 2023, em todo o território moçambicano.
Moçambique possui uma das taxas mais elevadas da África e do mundo algo que preocupa sobremaneira o governo moçambicano.
(AIM)
Fernanda da Gama (FG) /sg