
Actividade de garimpo
Chimoio (Moçambique), 15 Abr (AIM) – O Conselho dos Serviços Provinciais de Representação do Estado (CSPRE) poderá, nos próximos dias, organizar os mineradores artesanais que exploram os recursos naturais, sobretudos ouro, em associações e cooperativas no Parque Nacional de Chimanimani, no distrito de Sussundenga.
Os garimpeiros ilegais serão organizados em cooperativas para uma exploração racional dos recursos naturais.
A proposta neste sentido já está na posse daqueles serviços provinciais, onde foram identificados os problemas de mineração ilegal, bem como a conservação do ambiente e a biodiversidade.
A informação foi tornada pública, esta terça-feira (15), pelo porta-voz da IV Sessão ordinária do Conselho dos Serviços Provinciais de Representação do Estado, em Manica, Agostinho Robate.
Robate garantiu estarem a ser elaborados os termos de referência onde serão expostas todas as ideias que envolvem vários estratos da sociedade.
“Neste momento, há necessidade de se organizar aqueles exploradores que exploram de forma desordenada. O que se pretende é fazer com que tenhamos uma exploração mais organizada e de forma racional”, disse Robate.
Segundo a fonte, o que está acontecendo é que há o envolvimento de pessoas oriundas de vários quadrantes do país e do estrangeiro.
“É importante que as nossas comunidades sejam organizadas para a exploração na zona tampão do parque. Isso vai possibilitar a criação de condições para a criação de uma renda mais sustentável e uma produtividade mais organizada”, sustentou.
Na zona tampão do Parque Nacional de Chimanimani tem, neste momento, mais de dois mil garimpeiros que exploram ouro e outros recursos naturais.
Nascem naquela região mais de 42 rios e é uma zona rica em recursos minerais, com destaque para o ouro.
Estudos feitos indicam que em cada um dos rios, tem recursos minerais.
“Com a organização, teremos a redução da poluição das águas dos rios. O que queremos é fazer uma sensibilização sem entrar em conflito com as comunidades. Para isso, é necessário que se faça um estudo profundo junto às comunidades no sentido de fazer perceber à população sobre a importância de se fazer uma exploração sustentável”, acrescentou.
Segundo, Robate, a proposta de organização de garimpeiros artesanais enquadra-se na lei 05/2017 de 11 de Maio, que consiste em proteger, conservar e fazer uma exploração sustentável dos recursos minerais.
Os exploradores deverão trabalhar de acordo com o que a lei moçambicana prevê, sem causar danos ao ambiente.
Robate explicou que a proposta de reflexão foi submetida pelo Parque Nacional de Chimanimani, tendo em consideração os aspectos relacionados com o ambiente.
“Como resposta, caso essa proposta seja implementada, havemos de minimizar a exploração artesanal que traz consigo vários problemas, um dos quais a poluição dos rios. Se continuarmos com a exploração descontrolada, os rios que nascem na serra do Monte Binga, o mais alto do país, com 2. 436 metros, a sua existência estará em perigo. Portanto, também é um perigo para a biodiversidade,” avançou.
Os distritos de Manica, Sussundenga, Báruè, Macossa e Gondola são ricos em recursos minerais, que atraem jovens e adultos para a actividade do garimpo, sobretudo ilegal.
Dados do sector de recursos minerais indicam para a existência, em toda a província de Manica, de mais de dez mil garimpeiros ilegais, entre nacionais e estrangeiros. O ouro é o principal recurso explorado nestes distritos.
Entre os cidadãos estrangeiros, estão na sua maioria zimbabweanos que desenvolvem a actividade nos distritos de Manica e Sussundenga.
Na IV Sessão ordinária do Conselho dos Serviços Provinciais de Representação de Estado, em Manica, também foi abordado o tema sobre a evolução do tráfego aéreo naquela província, em particular no aeroporto de Chimoio.
(AIM)
Nestor Magado (NM)/dt