
Manifestantes exigem o fim da violência em Moçambique
Maputo, 19 Abr (AIM) – Jovens activistas sociais saíram este sábado (19) à rua para pedirem as instituições de administração de justiça para intensificarem as acções de esclarecimento e combate aos crimes de assassinato, atentados e raptos em Moçambique.
O apelo é de um grupo de jovens defensores dos direitos humanos proferido durante uma marcha de repúdio contra a onda de perseguições e assassinatos de cidadãos, com o lema “Pela Verdade, Pela Vida e Pela Justiça”.
O organizador do evento Ivandro Sigaval considera que o esclarecimento destes crimes vai devolver o sentimento de segurança pública e reforçar a confiança dos cidadãos nas instituições de justiça.
“Sentimos que tem que haver algum tipo de posicionamento por parte das entidades competentes, como é o caso por exemplo da Procuradoria-Geral da República (PGR). Sentimos que eles, além de investigar têm a obrigação de informar ao povo moçambicano sobre o que está a acontecer”, disse Sigaval.
Disse ainda que a manifestação de sabado deve ser vista como um elemento de diálogo para a promoção do bem-estar dos moçambicanos.
“É a partir destas manifestações e marchas que a sua Excelência Presidente da República encontra uma ferramenta para comunicar com o povo moçambicano. É a partir destas marchas que eu encontro aqui elementos mais do que suficientes para que a Procuradoria-Geral da República se comunique com o povo moçambicano”, avançou.
Vincou que, “os actores-chave se envolvam a certa medida para o bem-estar do povo moçambicano porque todos nós estamos aqui para advogar, para defender os interesses do povo moçambicano e este é o espaço propício para que isso aconteça”
Os jovens activistas sociais apelam igualmente à conjugação de esforços para a efectivação do diálogo para a pacificação do país.
A marcha dos jovens activistas sociais que teve início na estátua de Eduardo Mondlane com destino a PGR foi interrompida pela Polícia da República de Moçambique (PRM) por alegada falta de condições de segurança.
Vários agentes da PRM e a Unidade de Intervenção Rápida (UIR) já se encontravam no local mesmo antes de os manifestantes chegarem ao local.
Segundo Clemente Carlos, um dos manifestantes, o efectivo policial era 10 vezes superior ao dos manifestantes, que era de algumas dezenas. .
“Isso é como se eu estivesse numa prisão, é como se eu estivesse numa ditadura, não há uma espécie de liberdade, de gozo e alegria em ser um jovem moçambicano. Não podemos nem sequer fazer uma passeata pacífica”, disse Clemente Carlos
A manifestação tinha como destino a Procuradoria-Geral da República.
(AIM)
Fernanda da Gama (FG)/sg