
Assistência alimentar para as vítimas da seca. Foto arquivo
Chimoio (Moçambique) 22 Mai (AIM) – Cerca de 800 famílias que perderam as suas culturas estão a beneficiar de assistência alimentar em dois distritos da província de Manica, centro de Moçambique.
A retoma da assistência está sendo feita pela Cruz Vermelha de Moçambique e parceiros, beneficiando cerca de 4.000 pessoas.
Os beneficiários são residentes dos distritos de Tambara e Machaze, cujas culturas perderam-se na safra agrária 2023/24, devido a seca provocada pelo fenómeno El Nino que destruiu extensas áreas com culturas diversas.
O apoio consiste em produtos alimentares diversos e valor monetário estimado em cerca de cinco mil meticais.
O Presidente da Cruz Vermelha de Moçambique (CVM), em Manica, Ricardo Simão disse, esta terça-feira (21), que esta é a terceira fase de ajuda alimentar, que termina no em finais de Julho próximo, às famílias assoladas pela seca na campanha agrária de 2023/24.
“Havíamos parado por conta das manifestações pós-eleitorais. Mas logo que notamos que a situação está normalizada, decidimos retomar a assistência a essas famílias. Estamos a trabalhar com as comunidades e notamos que o problema de insegurança alimentar está minimamente resolvido nestes dois distritos”, referiu Simão.
A fonte afirmou que tudo indica que a campanha agrícola 2024/25 poderá trazer melhores resultados para os produtores.
Por isso, segundo Simão, neste momento já se justifica a interrupção do apoio às famílias assoladas pela seca decorrente do factor El Nino.
“No nosso cronograma de actividades estabelecemos como tempo limite em finais de Junho. Pensamos que até o próximo mês, as famílias estarão a colher aquilo que estão a produzir nesta campanha agrária e o impacto da fome será menor”, avançou Ricardo Simão.
“Temos de mudar a estratégia de apoio. Ao invés de prover produtos de primeira necessidade àquelas e outras famílias pensamos que estaremos na componente nutrição e saneamento. Mas os resultados que tivemos nestas três fases de assistência às famílias são animadores. Havia necessidade de ajudar essas famílias que estavam numa situação de vulnerabilidade.
O processo de apoio às famílias necessitadas deveria ter terminado nas suas três fases. Todavia, foi prolongado devido a vários factores, incluindo manifestações pós-eleitorais, entre outros.
“Demoramos porque, como todos sabemos, a situação no país não era das melhores. Por causa das manifestações, tivemos de interromper todo o processo. Mas também tínhamos de digitalizar os dados porque o nosso doador queria acompanhar todo o processo. Isso foi possível e acreditamos que até finais do próximo mês encerraremos a actividade de assistência alimentar a estas famílias.
O fenómeno climático El Nino afectou vários distritos da província de Manica, principalmente Tambara, Macossa, Guro, Machaze, Gondola, Manica e Cidade de Chimoio.
Nestes distritos, a produção agrícola ficou totalmente comprometida, o que resultou em baixas colheitas.
Houve insegurança alimentar em várias comunidades. Para minimizar o impacto causado pelo fenómeno, o governo e parceiros levaram a cabo uma série de iniciativas que tinha como objectivo, único, assistir as famílias fustigadas pela seca.
(AIM) Nestor Magado (AIM)/sg