
Técnicos de laboratório operam com novos espectrómetros Raman
Maputo, 12 Jun (AIM) – O Escritório das Nações Unidas sobre Droga e Crime (UNODC, sigla em inglês) ofereceu espectrómetros ao Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), instrumentos que vão reforçar a capacidade de combater o tráfico e consumo de drogas em todo o território moçambicano.
A oferta dos referidos espectrómetros, do tipo Raman, detectam de forma imediata e tecnológica substâncias ilícitas..
Na mesma ocasião, o UNODC forneceu igualmente, computadores para processar os dados recolhidos pelos dispositivos Raman.
Um comunicado de imprensa conjunto do SERNIC e UNODC, enviado hoje à AIM, cita o director do Departamento de Cooperação Internacional do SERNIC, Joaquim Alfândega, como tendo dito que os dispositivos vão reduzir significativamente, o tempo de análise no local da apreensão de droga.
Os espectrómetros, acrescenta Alfândega, vão minimizar, também, o risco de contaminação e assegurar uma elevada precisão nos resultados.
“Já começamos a ver resultados concretos”, afirma.
Em Março último, agentes do SERNIC identificaram e apreenderam um total de 42 quilos de heroína, e 90 quilos de metanfetamina, graças aos espectrómetros Raman, fornecidos pelo UNODC.
Por isso, de acordo com Alfândega, é “uma prova clara de como a tecnologia, aliada à formação, pode travar os fluxos de substâncias ilícitas no nosso país”.
Por seu turno, o chefe do UNODC em Moçambique, Antonio De Vivo, diz que o reforço é determinante porque os dados são fundamentais e “permitem identificar padrões de tráfico, fortalecer a cooperação entre as instituições e sustentar políticas públicas baseadas em dados concretos, tanto a nível nacional como internacional”.
Construir uma capacidade forense autónoma e sustentável constitui uma das metas do UNODC em Moçambique.
“Ao dotar as equipas nacionais de competências e ferramentas alinhadas com padrões internacionais”, vinca De Vivo, “estamos a contribuir para que os crimes relacionados com o tráfico de estupefacientes sejam combatidos com maior eficácia e rigor técnico”.
O UNODC implementa formação prática para técnicos forenses e agentes do SERNIC, tanto em Moçambique, como através de programas periódicos no laboratório do UNODC, localizado na capital austríaca, Viena.
Além dos aspectos técnicos da identificação e análise de substâncias suspeitas, os agentes do SERNIC, segundo a nota, são dotados de capacidade para formar outros agentes.
A última formação de formadores teve lugar em finais de Maio último, no Laboratório Central do SERNIC, na cidade de Maputo.
As unidades provinciais do SERNIC já receberam dispositivos Raman.
Inserido numa estratégia das instituições de justiça penal no país, o apoio do UNODC surge no âmbito do combate ao tráfico de estupefacientes, e abrange a interrupção de cadeias de abastecimento, análise de dados, investigação cibernética e a cooperação jurídica.
A assistência técnica da UNODC no domínio da luta contra o narcotráfico é possível graças ao apoio financeiro dos Estados Unidos da América, da Alemanha e da Noruega. O trabalho do UNODC em Moçambique é também financiado pela União Europeia, Japão, Suíça, Finlândia, Portugal e Itália.
(AIM)
Ac/sg