
Carteiras escolares
Nampula, (Moçambique), 01 Jul (AIM) – O sector da Educação da província de Nampula, a mais populosa de Moçambique, precisa de pouco mais de 440 mil carteiras escolares para tirar cerca de 1,3 milhão de alunos do chão.
Esta informação foi partilhada pelos responsáveis do sector na primeira reunião provincial de planificação que esta terça e quarta-feira, um evento de dois dias que discute meios para solucionar esta e outras questões que assolam o sistema de ensino e aprendizagem.
A situação afigura-se mais grave no ensino primário que, neste ano lectivo, conta com 12.977 salas de aulas funcionais nos 23 três distritos, onde 1.029.810 alunos estudam sentados no chão contra 599.452 que dispõem de carteiras.
Ainda no ensino primário existem 3.161 turmas ao relento afectando 290.892 alunos.
No ensino secundário os dados em presença apontam para a existência de 1.301 turmas das quais 62 ao relento sendo que 299.999 alunos estudam sentados no chão enquanto 132.596 têm carteiras.
Neste nível de ensino a Educação está a trabalhar para mobilizar 182.709 carteiras para que todos os seus alunos estejam devidamente acomodados.
O chefe do departamento de Planificação na Direcção Provincial de Educação, Faruk Abdul Carim, informou que o número de alunos inscritos para o presente ano lectivo, a caminho do final do primeiro semestre, ficou muito próximo da meta prevista.
“Em termos do número da população escolar, os distritos inscreveram 2.062.327 alunos, nos turnos diurno e nocturno, do ensino geral, dos quais 1.019.068 mulheres, dos 2.193.946 previstos, o que corresponde a uma execução 94 por cento de cumprimento de meta.
Quando comparado aos 1.984.523 alunos inscritos em 2024, regista-se um crescimento na ordem de 3,4 por cento”, destacou. Carim anotou que neste ano, foram abertas 23 novas escolas do ensino primário, 11 elevadas para o nível secundário, admitidos 520 professores e contratados 2.903 alfabetizadores.
Entre os problemas que afligem os gestores escolares, como foi apontado, destaca-se o elevado rácio alunos professor.
Em 2024 um professor estava para 72 alunos, mas este ano subiu para 92, em média, uma vez que se reportam turmas com mais de 120, casos do distritos de Memba, Moma, Eráti e Angoche, onde a situação é mais crítica.
“É sabido por todos nós que nós temos turmas que tem 110, 120, 150 alunos, não estamos a dizer que todas as turmas das nossas 2.482 escolas tenham 90 alunos por sala. É preocupação para nós, e vamos traçar estratégias para erradicar este rácio aluno-professor”, afirmou o chefe do Departamento de Planificação na DPE de Nampula, Faruk Abdul Carim.
Não menos preocupante, assinalou, é a situação do livro escolar gratuito, cuja distribuição, na província, ronda os 75 por cento actualmente.
“Foram distribuídos 2.296.709 livros, dos 4.038.311 planificados, o que representa 75,6 por cento de execução de distribuição. Destes 2.905.230 são do ensino monolingue e 1.133.081 do bilingue sendo que encontram-se armazenados neste momento 551.764 livros”.
Entretanto o director do gabinete do governador de Nampula, Calquer Albuquerque apelou a uma planificação estratégica, responsável e orientadas para resultados tendo em conta os desígnios do governo.
Referiu-se ao actual contexto de exigência crescente e de recursos limitados sendo determinante que se mantenha o compromisso da melhoria contínua da qualidade do ensino.
“Esta reunião deverá permitir a definição concertada de estratégias para combater o absentismo de gestores, professores e alunos, planificar a construção de salas de aulas resilientes a desastres naturais, prevenir e mitigar factores de abandono e insucesso escolar, como as uniões prematuras e gravidezes precoces, atingir as metas de novos ingressos, reduzir distâncias escolares e reflectir sobre a gestão de horas extraordinárias e da segunda turma”.
(AIM)
RI/sg )