Ministro moçambicano da Agricultura, Ambiente e Pescas, Roberto Albino.
Nelúcia Manhiça, da AIM
Belém (Brasil), 05 Nov (AIM) – Moçambique vai propor que as economias mais poluentes sejam formalmente pressionadas a aumentar o financiamento e o apoio técnico aos países mais vulneráveis às mudanças climáticas.
A proposta foi anunciada esta quarta-feira (05), em Belém, capital do Estado brasileiro do Pará, pelo ministro moçambicano da Agricultura, Ambiente e Pescas, Roberto Albino.
Para o efeito, Moçambique vai participar na Cimeira sobre mudanças climáticas (COP30) com uma delegação chefiada pelo Presidente da República, Daniel Chapo.
Na Cimeira, um evento de dois dias com início quinta-feira da semana corrente, Chapo será um dos oradores em dois painéis de debate, intitulados “Clima e Natureza: Florestas e Oceanos e 10 anos do acordo de Paris: Contribuições Nacionalmente Determinadas e Financiamento”.
“Não se trata apenas de um apelo, pois é um direito”, afirmou Albino.
“Somos dos que menos poluem, mas sofremos mais. Precisamos de solidariedade e de justiça climática para reconstruir as nossas infra-estruturas e garantir um futuro sustentável”, vincou.
O governante explicou que Moçambique leva à cimeira duas prioridades: criação de capacidade de intervenção rápida para salvar vidas e proteger infra-estruturas durante eventos extremos, e a promoção de uma agenda de desenvolvimento resiliente.
Segundo o ministro, muitos compromissos assumidos desde o Acordo de Paris, em 2015, ficaram por cumprir o que aumenta a vulnerabilidade dos países africanos.
“Queremos que as economias mais poluentes priorizem o apoio financeiro e técnico aos que menos contribuem para o aquecimento global, mas que enfrentam os maiores impactos”, sublinhou.
Albino referiu que Moçambique pretende apresentar propostas concretas para reforçar os mecanismos de financiamento climático e facilitar o acesso de países vulneráveis a fundos de adaptação e mitigação.
“Faz parte da nossa agenda nesta COP30 que haja um aumento do investimento dos outros países para nos apoiarem a robustecer a nossa capacidade de resposta”, disse o ministro, acrescentando que “o orçamento interno não permite dar resposta a todos os desafios”.
O titular da pasta da Agricultura, Ambiente e Pescas recordou que Moçambique continua a recuperar dos efeitos devastadores de ciclones e cheias que destruíram estradas, pontes e habitações.
Aliás, nos últimos anos Moçambique tem sido fustigado por eventos extremos cada vez mais frequentes e com maior intensidade deixando milhares de pessoas sem-abrigo e destruição de infra-estruturas tais como escolas, hospitais, residências entre outras.
Por isso, disse o ministro “queremos que o apoio internacional seja orientado para a reconstrução e para o fortalecimento da capacidade de resposta rápida”.
A Cimeira dos Chefes de Estado, marcada para os dias 06 e 07 de Novembro, antecede as sessões técnicas da COP30, que decorrerão de 10 a 21 do corrente mês. Mais de 50 líderes mundiais confirmaram presença no encontro, que deverá definir as prioridades políticas da conferência.
(AIM)
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